domingo, 26 de dezembro de 2010

Eu sou o Amor


" I am love/Io sono L`amore", de Luca Guadagnino (2009)

Drama italiano, co-produzido pela atriz Tilda Swinton, também protagonista do filme.
Roger Ebert, famoso crítico americano, considera esse um dos 10 mais importantes filmes de 2010.
Escrito e dirigido por Luca Guadagnino, o filme tem fortes referências ao cinema de Luchino Visconti, principalmente " O leopardo".
Uma família aristocrática , da indústria textil, tem uma matriarca russa, radicada em Milão, casada com o filho do Dono da empresa. Emma (Tilda Swinton) é essa mãe, e possui três filhos adultos, dois homens e uma mulher. No longo prólogo do filme, uma cena de banquete na mansão da família, o velho dono da empresa passa a bola da fábrica para seu filho Tancredi , casado com emma, e para seu neto Edoardo. Essa divisão da sociedade da empresa causa comoção na família, uma vez que o sonho de Edoardo é montar um restaurante com o seu amigo Antonio, jovem chefe de cozinha.
Emma se interessa por Antonio, e a atração mútua entre ambos provoca um furor insustentável. Emma , apesar de matriarca da família, sente-se isolada, uma vez que as tradições a fazem se sentir fora do ambiente familiar. Sua companheira de conversa acaba sendo Ada, a empregada, que entende o passado proletario de Emma, quando morava na Russia.
O filme faz um grande discurso sobre a podridão que existe no ambiente familiar, principalmente nas tradicionais. A filha revela-se para a mãe como lésbica, e a mãe aceita imediatamente. Essa liberdade da mãe e a revelação da filha a fazem seguir adiante na coragem de investir numa relação extraconjugal com Antonio. Porém, o que ela não esperava, era a reação negativa do filho Edoardo, ao descobrir que a mãe tem um caso com o amigo.
Apesar de não ser revelado no filme, fica a impressão que Edoardo tinha um caso de paixão platônica pelo amigo cozinheiro, o que é bem pertinente.
Assim como nos filmes de Visconti e Fassbinder, as velhas tradições mostram-se fracassadas e verdadeiras farsas, uma vez que, ao descobrirmos as verdades que existem dentro da fachada trivial das relações entre as pessoas, o que vemos é desamor e frustração.
Tecnicamente, o filme é impecável: a fotografia deslumbrante, a trilha sonora épica, as locações maravilhosas em Milão e Sanremo. O filme tem uma narrativa fria, distanciada. Parece um registro documental visto por um terceiro. O filme tem cenas belísssimas: a transa de Emma e Antonio no campo é magnifica, parece pintura. A cena que ela o persegue pelas ruas de Sanremo também é belamente conduzida, sem diálogos, apenas imagens.
Um filme curioso, e com uma interpretação poderosa e minimalista de Tilda Swinton, que aprendeu italiano com sotaque russo.
Atenção, após os créditos finais, ainda existe uma cena .

Nota: 8


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