segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Os bebês


" Bébés/Babies" , de Thomas Balmès (2010)

Sofisticado e delicioso documentário dirigido pelo francês Thomas Balmès, que durante 1 ano, acompanhou o nascimento e o desenvolvimento dessas crianças no seu habitat.
São 4 países, 4 culturas completamente distintas. Temos os gêmeos da Namíbia, o menino da Mongólia, a menina japonesa (Tokyo) e a menina americana (São Francisco).
O filme mostra como a cultura e o meio ambiente podem desenvolver personalidades diferentes nas crianças e na sua forma de ver o mundo.
Na Namíbia, numa tribo africana, a mãe cria seus gêmeos de forma mais solta. Eles ficam livres para descobrir a vida, mexem na terra, não tem contato algum com a tecnologia. Se socializam com outras crianças, e criam sua independência mais cedo.
Na Mongólia, o bebê disputa seu espaço numa casa no campo com seu irmão mais velho, que morre de ciúmes da atenção dada ao novo morador. O irmão mais velho prega muitas peças para sacanear o bebê, que acaba sendo se dando bem nas situações. Tem uma cena antológica, do bebê numa bacia tomando banho, e chega uma cabra , que bebe água da bacia.
Em São Francisco, os pais da bebê a envolvem com todo o carinho possível, não se desgrudando dela em nenhum momento. A mãe lê livros, a menina é rodeada de cultura.
Em Tokyo, a bebê também é observada o tempo todo pelis pais. Curioso notar que na sociedade japonesa, os pais fazem curso para poder ampliar os seus horizontes no que diz respeito a lidar com outro ser humano, como se o dia a dia estressante da cidade fizessem os moradores se tornarem tipos autômatos. A tecnologia também se faz presente, através de brinquedos e computador.
O filme é fragmentado, e não segue uma linha narrativa. Como observadores, e curiosos, ficamos encantados com esse filme mágico. Muito interessante notar que, independente da cultura, as reações, os gestos dos bebês são idênticos. O filme parece querer dizer " como seria maravilhoso se todos os seres humanos pudessem ser como esses bebês, sem ódio, sem violência, sem preconceitos, sem diferenças sociais".
É curioso notar como os animais são fundamentais para as crianças. Em todas as histórias, os bichanos estão presentes, se misturando ao cotidiano delas.
O filme é belisssimo, com fotografia deslumbrante, trilha sonora sublime, e acompanhamos com muito prazer e alegria as situações do cotidiano. Me lembrou bastante "MARCHA DOS PINGUINS", pelo sensibilidade que é realizado esse documentário.
São 79 minutos de puro deleite e graciosidade. Fico imaginando o tempo e a paciência que os câmeras tiveram para poder captar cenas tão maravilhosas e únicas.
Atenção: esse filme não é recomendado para quem não gosta de fofuras e bebês.

Nota: 9

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