domingo, 27 de março de 2011

Sucker Punch, Mundo Surreal


" Sucker Punch", de Zack Snyder (2011)

Zack Snyder possui uma linguagem estética visual facilmente identificável pelo espectador que tem acompanhado seus filmes. Muita cãmera lenta, closes, enquadramentos espertos, fotografia em tons escuros e com aparência de "lavada/bleach".
" Sucker Punch" não é diferente. Baby doll, nome que a personagem recebe ao chegar a uma instituição psiquiátrica, é uma jovem internada à força por seu padrastro. Ele a incriminou de um assassinato, a morte da irmã dela, um crime que ele mesmo cometeu. Uma vez lá dentro, Baby doll conhece outras garotas. Uma terapeuta polonesa (Carla Gugino) está fazendo experimentos com as meninas. Enquanto ouvem música, elas se abstraem do mundo real e criam um mundo paralelo, habitado por montros, nazistas, robôs. Baby Doll se aproveita desse mundo paralelo para tecer um plano de fuga. Mas para isso ela precisa lidar com Blue, um funcionário da instituição corrupto, que convoca um doutor para aplicar a lobotomia em Baby Doll. Ela precisa lutar contra o tempo.
Muito de " Watchmen" e " 300" está presente no filme. O prólogo, onde Snyder conta brevemente a história de Baby Doll antes da instituição, é uma linguagem semelhante ao prólogo de " Watchmen". O roteiro, escrito pelo próprio Snyder, é ousado, mas também confuso e mal delineado. Ele não amarra direito as diversas pontas que ele apresenta na história. E mais, o tal mundo imaginado, não oferece perigo real para as meninas. Os vilões são facilmente derrotados, e são todos caricaturas: nazistas, robôs, dragões, samurais. Baby Doll e as outras meninas também não deixam de ser caricaturas de meninas super-poderosas. Um pouco de " A noiva", de Kill Bill, mais " As panteras", mais as personagens de " Sin City". O que Snyder oferece é uma salada de referências de vários universos, inclusive o de mangás. Mas tudo isso embalado numa narrativa fria, completamnete sem emoção. Nenhum momento empolga. Apesar dos ótimos efeitos visuais e da tentativa de se impôr uma dinâmica através da edição frenética e da trilha sonora pop, a cargo de músicas de Bjork e outros, é tudo muito enfadonho. No elenco, Emily Browning, que interpreta Baby Doll, Jena Malone, Carla Gugino e Vanessa Hudgens ( de High School) tentam dar alma aos personagens. Uma pena, pois a premissa é muito interessante. Lembra bastante " O labirinto do fauno" e " A ilha do medo". Mas sem chegar perto da excelência dessas duas produções.


Nota: 6


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