terça-feira, 31 de maio de 2011

Estamos juntos


de Toni Venturi (2011)

Carmen (Leandra Leal) mora na Grande São Paulo. Ela veio de Penedo, Rio de Janeiro, e tenta construir sua vida dignamente. Trabalha como médica residente e é organizada e responsável. Murilo ( Cauã Reymond) é seu melhor amigo, e trabalha como Dj. Ele é gay, e divide seu apartamento com Juan (Nazareno Casero), um músico que toca com ele em festas. Carmen começa um relacionamento com Juan, o que provoca ciúmes em Murilo que rompe a amizade com ela. Ao mesmo tempo, Carmen divide seu espaço com um amigo misterioso (Lee Taylor), e um problema de saúde surge inesperadamente, trazendo inseguranã e medo para Carmen.
Bom drama, prejudicado por um roteiro falho, que atira para todos os lados e não conclui nenhum. Além disso, o personagem do amigo misterioso é mal construído,e fica a dúvida sobre o porquê de existir esse personagem. A fotografia é escura, apesar de em alguns momentos ter enquadramentos e luz belas. A trilha sonora é bonita, e o elenco como um todo está bem, com destaque para Leandra Leal e Dira Paes. ótimas. O erro de casting se encontra em Nazareno Casero, que não se encaixa no perfil de seu músico sedutor. Em nenhum momento ele confere credibilidade, pelo contrário, torna risível.
O filme recebeu 7 prêmios no Festival de Recife 2011, entre eles melhor filme, atriz, fotografia e roteiro.

Nota: 7

domingo, 29 de maio de 2011

Minhas tardes com Margueritte


" La tête en friche/My afternoon with Margueritte", de Jean Becker (2010)

Germain ( Gerard Depardieu) é um homem iletrado, que mora próximo a sua mãe, que durante a vida inteira sempre o destratou e o humilhou. De bom coração , germain é solitário, e tem uns poucos amigos com quem divide tardes em um bar. Poré, por acaso, ele conhece Margueritte (Giselle Casadesus), uma senhora que passa suas tardes em uma praça, lendo livros. Aos poucos, uma bela amizade se incicia entre os dois. Germain se encanta com a leitura que Margueritte faz para ele, e sua vida passa por uma transformação.
Belíssimo drama, narrado como uma fábula moderna, e que faz lembrar bastante filmes como " Muito além do jardim" e " Ensina-me a viver". O roteiro emociona, faz rir, chorar, tudo na medida certa, sem apelar para exageros e melodramas gratuitos. As excelentes performances de Depardieu ( que envelheceu bastante, e muitos kilos acima do seu normal) e da veterana Giselle Casadesus conferem ao filme uma dignidade que traz simpatia ao espectador. Alguns sub-plots na trama não estão bem amarradas, como por ex, a mãe de Germain. Existe uma reviravolta logo depois que não está muito clara, e que não condiz com a personagem. A namorada de germain também é um caso á parte: a atriz é nova demais para Depardieu. Fora isso,o filme traz uma bela mensagem de amor a amizade e a leitura.

Nota: 9

Extermínio 2


" 28 days later 2 ", de Juan Carlos Fresnadillo (2007)

Ótima continuação do filme de 2002, de Danny Boyle.
Don (Robert Carlyle) e sua esposa Scarlet estão refugiados em sua casa, quando são atacados por infectados pelo vírus que transforma as pessoas em mortos-vivos famintos por carne humana. Don foge, deixando sua esposa para trás. Semanas depois, a cidade está fora de perigo, e é controlada por militares da Otan. Os 2 filhos de Don retornam de uma viagem na espanha, e se juntam ao pai. Os filhos no entanto, vão escondidos para a antiga casa e acabam descobrindo sua mãe lá, ainda viva. Ela é levada a base militar, e descobrem que ela está contaminada, mas por algum motivo, é apenas portadora. O que não esperavam é que uma nova onda de contaminação está prestes a acontecer.
Um filme com ótimas cenas de ação, suspense e sustos. A fotografia de Enrique Chediak é sombria, dando o tom certo para a trama. Robert Carlyle está assustador, lembrando o personagem que fez em " Ravenous". A curiosidade fica por conta de Jeremy Renner, que está no elenco e interpreta um militar que ajuda os sobreviventes. Os efeitos e a edição são muito bons. Um filme muito acima da média, apesar do roteiro previsível.

Nota: 8

Kung Fu Panda 2


" Kung Fu Panda 2", de Jennifer Yu (2011)

Po, o panda, agora faz parte do grupo dos 5 guerreiros, que protegem a China. Durante uma briga com guerreiros inimigos que querem assaltar a cidade, Po tem uma revelação sobre os seus verdaderios pais, e resolve ir atrás da verdade. Porém, o grupo recebe a informação de que um poderoso inimigo, Shen, o pavão, está de volta, e o grupo parte para um confronto.
Simpática continuação , traz uma história mais adulta, e de fotografia sombria. O tema da adoção vem forte nesse filme, talvez uma forma de cutucar um problema sério que acontece na China, que são os bebês abandonados, por conta da política do filho único.
Os pontos fortes do filme anterior continuam aqui, trazendo uma ótima qualidade técnica: fotografia, direção de arte, e as impecáveis vozes de Jack Black, Angelina Jolie, Dustin Hoffman, Jackie Chan, Seth Rogen, Gary Oldman, Lucy Liu, Michelle Yeoh e outros. O personagem do pai Ganso é impecável, e garante as melhores tiradas do filme. No entanto, o roteiro é previsível, dando lugar a umas poucas piadas realmente engraçadas. Como um todo, o filme agrada, mas faltou um pouco mais de originalidade que os fãs do filme original poderiam esperar. O tema da superação é novamente debatido , trazendo aquele final emotivo de sempre. Vale como passatempo.

Nota: 7

sábado, 28 de maio de 2011

A herança


" The inheritance", de Robert O´hara (2011)

Nossa, a tempos não via um filme tão ruim.
5 primos seguem até a casa de um tio deles, num lugar afastado da cidade. O encontro acontece em um período de geada. A casa se localiza em uma floresta isolada. Chegando lá, eles descobrem que a família guarda um terrível segredo: são descendentes de uma seita cujo sacerdote é um ente vindo da África, e que busca sacrifícios humanos.
Arremedo de suspense, cujo caratz é um terrível engano ao consumidor. Promete uma coisa que não acontece. O filme não assusta, não tem cenas de morte, não tem bons atores, não tem roteiro, não tem direção. Tudo é ruim demais. Os efeitos, se é que existem, são toscos. O curioso fica por conta de que o elenco é todo formado por atores negros. O único casal branco da história morre logo no início. O filme é um estereótipo do início ao fim. Tosco, pelo menos rende umas poucas cenas engraçadas, dada a tosquice do projeto.

Nota: 1

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Se beber não case 2


" The hangover Part 2" , de Todd Philips (2011)

Os 4 amigos Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms), Alan (Zach Galifianakis) e Doug (Justin Bartha) resolvem ir até a Tailândia, para o casamento de Stu com uma jovem tailandesa, Lauren. O pai de Lauren não suporta Stu e o destrata. para piorar a situação, o irmão de Lauren, Teddy (Mason Lee, filho de Ang Lee) é um nerd que não se dá com Zach. Os amigos resolvem passar a véspera do casamento bebendo em uma praia. Porém, tudo se repete como da outra vez em vegas: Os amigos acordam no dia seguinte ressacados, sem saber o que aconteceu. Teddy desapareceu, e com eles, surge um macaco viciado em cigarros. Chow (Ken Jeong) reaparece também, Ele é o misterioso traficante afeminado e violento. Os amigos precisam retornar ao casamento e tentar descobrir o paradeiro de Teddy.
Furiosa e bizarra continuação do filme homônimo, dessa vez ambientado na Tailândia, País que o filme faz questão de sacanear ao extremo. Transsexuais, traficantes , favela, polícia corrupta...uma verdadeira fauna de loucos. Muitas cenas hilárias e absurdas, que nem dá para contar aqui que perde a graça. O filme mantém um ritmo ágil, e não perde tempo em dizer ao que veio. É apenas diversão sem qualquer tipo de pretensão, a não ser entreter com muitas risadas provenientes de situações surreais e grotescas.
O elenco está ótimo, em especial os personagens de Chow e Stu. Um passatempo para quem está a fim de desopilar e que não tem qualquer tipo de preconceito, e nem se sente agredido com piadas infames. As cenas de ação bem dirigidas.

Nota: 7

Dieta Mediterrânea


"Dieta Mediterrânea", de Joaquin Oristrell (2009)

Comentários em breve


Médica, Solteira e Bonita


" Sex and the Single girl" , de Richard Quine (1962)

Comédia clássica dos anos 60, narra a história de Bob (Tony Curtis), um jornalista de uma revista sensacionalista, que resolve desmistificar a Dra Helen (Natalie Wood), autora de um livro de grande sucesso editorial, chamado "Sex and single girl". Todos os funcionários na empresa de Bob são mercenários e não medem esforços em buscar fraudes em noticiários, e publicar matérias falsas que tem como meta derrubar celebridades.
Bob não acredita que Helen , aos 23 anos de idade, tenha experiência o suficiente para escrever sobre um tema tão ousado para alguem com tão pouca estrada. Mas o que Bob não poderia esperar, era que fosse se apaixonar por ela.
Ambientado nos anos 60, o filme tem temas comuns as comédias da época: sexo e feminismo. A guerra dos sexos era algo que levava o público as salas de cinema, em busca de piadas e gags que girassem em torno da discussão entre casais. Tony Curtis e Natalie Wood estão ótimos, entrando totalmente na pele dos personagens amalucados. Junto aos dois, Henry Fonda e Lauren Bacall interpretam um casal que vive discutindo. Tony Curtis inclusive brinca com o filme " Quanto mais quente melhor", fazendo uma auto-paródia de si mesmo, em uma cena que ele entra vestido de mulher. A direção é correta, previlegiando o trabalho de atores. O filme é longo, e cansa lá pela metade, tornado-se arrastado. Mas depois recupera o fôlego, com uma cena de perseguição completamente maluca e bizarra. Um vaudeville divertido, que vale como curiosidade. Por conta do tema, o filme acaba ficando datado. Mas vale para conferir o trabalho dos atores, e pela inventiva direção de arte.

Nota: 6

terça-feira, 24 de maio de 2011

Me escute


" Hear me", de Fen-Fen Cheng (2009)

Tian Kuo (Eddie Peng) é um jovem entregador de comidas de um restaurante modesto, que pertence a seus pais. Um dia, ao entregar comida em um clube de natação, ele conhece Yang Yang (Ivy Chen), uma jovem surda-muda que trabalha intensamente como estátua-viva para poder se sustentar.
Ambos se apaixonam, mas a família de Tian Kuo se recusa a aceitar uma surda-muda como namorada de seu filho único. Além disso, a irmã de Yang Yang, também surda-muda, sofre um acidente doméstico, e Yang Yang se sente culpada, evitando a presença de Tian Kuo em sua vida.
Simpático romance protagonizado por um casal de jovens astros Taiwaneses, é um filme 100% água com açúcar. Feito para um público específico, que curte filmes com casal bonito, sofrido, amoroso e que no final, tudo acabe como um conto de fadas. Não há muito o que se falar do filme, já que é resultado de uma fórmula de sucesso. O único porém fica em torno da longa duração do filme, e sub-tramas desnecessárias. Vale pela curiosidade de se assistir a um drama romântico de Taiwan, embalado por canções pop. Os 2 astros do filme são uma graça, e emanam talento e beleza.

Nota: 7

domingo, 22 de maio de 2011

Sem Saída


" L.I.E. Long Island Expressway" , de Michael Cuesta (2001)

Howie, 15 anos, é um adolescente que mora em Long Island. Ele mora próximo à Via Expressa de Long Island. Órfão de mãe, que morreu em acidente na Via expressa, Howie mora com seu pai, um construtor civil, que faz falcatruas na empresa em que trabalha, e maltrata seu filho.
Howie faz parte de uma gangue de delinquentes juvenis, liderados por Gary, por quem Howie nutre uma paixão platônica. Durante um assalto a uma residência, os dois são quase pegos em flagrante. Big John (Brian Cox) , um poderoso líder loca, é o dono da residência, e descobre que Gary e Howie foram os autores do assalto. Gary, porém, é um garoto de programa, e já conhece Big John, seu cliente. Big John pretende agora seduzrir Howie, para que seja um de seus amantes.
Curioso drama, o primeiro trabalho do ator Paul Dano ( Pequena Miss Sunshine, Sangue negro), que aqui faz um trabalho extraordinário, em um filme que toca em assuntos tão polêmicos como delinquência juvenil e pedofilia. O filme ousa em abordar esses assuntos de forma crua, sem romantismo, e tratando uma geração sem perspectiva alguma de vida. Os jovens são brutos, inconstantes, anárquicos e carentes de afeto familiar. Diferente porém da visão de um Larry Clark (Kids) ou mesmo Gus Van Sant. Aqui o olhar é quase documental. O filme erra quando pretende trazer humor a cenas que deveriam ser tratadas com seriedade. Mas no contexto geral, é um belo filme que possui um bom time de atores jovens, e o veterano ator Brian Cox, no difícil papel do pedófilo, que age com extrema naturalidade e sem maniqueísmos.

Nota: 7



sábado, 21 de maio de 2011

Piratas do Caribe 4 - Navegando em águas misteriosas


" Pirates of Caribbean 4-On stranger tides" Rob Marshall (2011)

Jack Sparrow (Jonnhy Depp) está a um passo da forca. Mas esperto como sempre, ele consegue escapar. Descobre que alguém está se passando por ele, tomando a sua identidade, e recrutando marinheiros para uma viagem em busca da Fonte da Juventude, cujo mapa se encontra em suas mãos. Porém, o que ele não imaginava, é que outras pessoas também estão em busca da Fonte: Barbossa (Geofrey Rush), o Pirata Barba Ruiva ( Iam Mcshane), Anjelica (Penelope Cruz) e a corte espanhola. Pelo caminho, eles encontram muitos perigos, entre eles, um ataque de sereias impiedosas.
Definitivamente, o mais tedioso dos filmes da série, que deveria terminar por aqui, mas infelizmente, dá sinais de que terá continuação. A direção agora pertence a Rob Marshall (Nine, Chicago), assumindo o posto de Gore Verbinsky. A direção é burocrática, e tudo sôa repetitivo. A fotografia é muito escura, e os efeitos 3D nem são assim fascinantes. O roteiro é longo, sem apelos, e as gagas em sua maioria não funcionam. A gente raramente ri durante a projeção. Uma pena, mesmo que os outros filmes da série também não sejam essa coca-cola toda, eram mais divertidos. Um desperdício de bom elenco, entre eles, a novidade de Penelope Cruz, masl aproveitada em seu confuso e pouco atraente personagem. A trilha sonora enjoa, e a sub-trama do missionário e da sereia não convence muito.

Nota: 5

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Strapped


" Strapped", de Joseph Graham (2010)

Um jovem michê (Ben Bonenfant) atende um cliente em um apartamento. O homem revela que teve um caso homossexual na adolescência, e que causou traumas. O michê o seduz, e após o atendimento, vai embora. No corredor do prédio, em forma de labirinto, o rapaz vai encontrando vários tipos, solitários na essência, e que não hesitam em pagar para o michê, a fim de que ele os proporcione momentos de prazer e companhia.
Curioso filme, que se utiliza do pretexto de baixíssimo orçamento para criar uma pequena fábula sobre a solidão. O filme todo se passa em um prédio, mais especificamente em pequenos apartamentos, cada um deles habitado por um tipo estranho, carente. A fotografia é boa para a pouca grana que a produção obteve. O elenco é intenso, e cumpre com coragem e talento os seus papéis difíceis. Ben Bonenfant e Nick Frangione, no papel do jovem escritor, se destacam, com performances de muita sensibilidade. O roteiro no entanto, não alça vôos, esticando demais algumas cenas, tornando-as tediosas. Os personagens não escapam do clichê da fauna noturna: viciados, junkies, ex-militares abandonados, gays não assumidos, etc. O escritor/diretor Joseph Graham até que tenta fazer um drama cult gay, mas esbarra na falta de assunto e no final happy end, que não combina com o espírito livre do protagonista. Ficou forçado.

Nota: 6

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Bedevilled


" Kim Bok-Nam/Bedevilled", de Chul-Soo Yang (2010)

Filme sul-coreano, narra a história de Kim, uma jovem que trabalha em uma financiadora. Uma noite, andando pelas ruas de Seul, ela testemunha uma mulher ser atacada por 3 jovens. Ela nada faz, e a mulher é encontrada morta. Kim é chamada para depôr na delegacia, e é ameaçada pela gangue caso ela os entregue. Ao mesmo tempo, isso gera um stress em Kim, que explode emocionalmente em seu trabalho. Seu chefe pede para que ela tire um tempo de férias. Kim resolve então visitar o seu avô, que ela não vê a anos.Ele mora em uma ilha isolada, habitada por uma família distante de Kim. Chegando lá, Kim reencontra Hae Won, sua amiga de infância. Kim, quando menina, morava na Ilha, e antes de partir, prometera a Hae Wong que voltaria para buscá-la. Promessa não cumprida, Kim descobre que Hae Wing sofre maus tratos por parte dos habitantes sendo escravizada e seviciada.
Curioso filme, que começa como um drama que narra os problemas das mulheres perante a violência doméstica e a questão da pedofilia. Na metade para o fim, no entanto, o filme muda de enfoque, se transformando em um suspense. Hae Wong resolve se vingar de todos que a maltrataram, após um ápice emocional, decorrente de um acidente envolvendo sua filha pequena. O filme se torna então extremamente violento, chegando ao nível de violência de " Old boy". A primeira parte acontece com uma narrativa lenta, quase investigativa. Acompanhamos com sofrimento os maus tratos que Hae Wong enfrenta, e o que mais queremos é que chegue logo o momento da vingança. Algo meio Sam Peckimpah: crú, frio, sem piedade.
O elenco atua de forma um pouco caricata, mas em se tratando de cinema oriental, é coerente. Muitos gritos, caras e bocas. Os efeitos são bons, e as cenas de violência, gráficas, chegam a ser engraçadas, de tão surreais.
Um filme que merece ser visto, uma vez que o cinema sul-coreano tem sido a cinematografia da vez. O desfecho é um caso à parte: surreal, lírico, melancólico.

Nota: 8

domingo, 15 de maio de 2011

Toast


" Toast", de S. J. Clarkson (2010)

Inglaterra, 1967. Em Wolveshamptom, vice Nigel, um menino de 9 anos de idade. Ele ama sua mãe ( Vitoria Hamilton), uma dona de casa carinhosa, mas com péssima vocação para a cozinha. Ela então apenas compra comida enlatada, ou faz torradas para o seu marido e seu filho comerem. O pai (Ken Scott) , é ausente, e destrata constantemente o filho, e o isolando do mundo, impedindo que o rapaz tenha amigos ou uma vida social. A mãe acaba morrendo de asma, e logo, o pai arruma uma madastra, a Sra Potter ( Helena Bonham Carter). Sra Potter é oriunda de família pobre e não tem modos, contudo, é ótima cozinheira. Eles se mudam para uma casa rural, o que traz a infelicidade de Nigel, que acaba se afastando de seu único amigo da escola.
O tempo passa, Nigel adolescente ( Freddie Highmore) luta para buscar a atenção de seu pai. Mas a disputa com sua Mdrinha se acirra. Ela é ótima cozinheira, e não deixa que Nigel oferece também seu dom culinário para o pai.
Um filme lindo, nostálgico, que fará a alegria de todos aqueles que amaram " Billy Elliot", " Delicada atração" e " O pequeno Nicolau". Sensível, conta com um elenco luminoso, que traz para os seus personagens a pureza e a ingenuidade dos anos dourados. A trilha sonora, toda composta por canções de Dusty Springfield, é um primor. Muitas cenas oníricas, que fazem a gente pensar que o que estamos assistindo na verdade é um conto de fadas. O filme faz também menção a descoberta sexual de Nigel, que descobre que na verdade ele gosta de rapazes. Talvez o filme ofereça um olhar muito ingênuo sobre o tema do homossexualismo, inclusive força a barra ao colocar um personagem do nada, lá pelo final, apenas para causar estranhamento em Nigel. Mas mesmo assim, vale curtir essa fábula, com tipos um pouco caricatos, porém humanos.
Um show de Helena Bonham Carter e dos meninos Oscar Kennedy , que faz Nige aos 9 anos, e Freddie Highmore.

Nota: 8

Dismal


" Dismal", de Gary King (2009)

Um monitor do curso de biologia de uma universidade convence um grupo de alunos a fazer um trabalho em loco, no Grande Pântano Sombrio. Quem for, ganhará pontos extras para o final de curso. Assim, além do monitor, um grupo de 5 alunos segue caminho até o local. O que eles não imaginavam, é que lá no pântano, reside um ser mutante, que se alimenta de carne humana.
Bom, quem achou semelhante ao plot de " Massacre da serra elétrica", acertou em cheio! O filme descaradamente copia tudo: desde o Leather face, até o comparsa que se disfarça de policial. Um clichê atrás de outro, nesse arremedo pobre e trash do primo famoso. As cenas de efeito são tão toscas, que dá a impressão de terem sido feitas em casa. Dá até para rir um pouco, dada a tosquice de várias cenas. Performances do elenco? Hahaha..dá para rir bastante. Um must para quem quer podreira.

Nota: 2

sábado, 14 de maio de 2011

Hanna


" Hanna", de Joe Wright (2011)

Filme de ação, que narra a história de Erik (Eric Bana), um ex-agente da CIA que mora com sua filha de 16 anos, Hanna (Saoirse Ronan) em uma cabana abandonada na floresta gélida da Finlândia. Hanna passa seus 16 anos afastada da civilização, tendo apenas seu pai como mentor. Ele a alfabetiza, e ensina a ela todas as técnicas de sobrevivência, tornando-a uma assassina profissional. Erik avisa a Hanna que quando ela estiver " pronta", deve acionar um botão, que fará com que uma caçada se inicie. No caso, a agente da CIA Marissa (Cate Blanchett) começa a busca em torno de Hanna. Erik foge, e Hanna é presa e interrogada, mas logo consegue escapar. Após longa travessia até Berlim, Hanna antes passará pelo Marrocos, onde irá conhecer uma família a quem ela pede ajuda.
Excelente filme de ação, com furiosas cenas de embates, além de um fantástico plano-sequência, que o diretor John Wright ( lembram do magistral plano-sequencia de " Desejo e reparação" ??) elabora perfeitamente. Na cena, Erik caminha por um aeroporto até desembarcar em uma estação de metrô, eliminando vários agentes que tentam matá-lo. Tudo sem corte.
O elenco, soberbo, conta com as interpretações incríveis de Saoirse Ronan ( ela é foda!!) e Cate Blanchett, como a vilã. Eric Bana cumpre bem o seu papel de coadjuvante. O vilão de Tom Hollander é divertido, tendo um assovio como seu elemento a enunciar um crime.
Muitas cenas beiram o inverossímel, mas em um filme com tantas qualidades, isso passa despercebido. A trilha sonora é muito boa, evocando ritmo eletrônico, que dá um puta dinamismo as cenas.

Nota: 9

Como arrasar um coração

" L´arnacoeur/Heartbreaker", de Paschal Chameil (2010)

Alex (Romain Duris) trabalha junto com sua irmã e seu cunhado, em uma empresa especializada em destruir relações de mulheres mal-amadas e sofridas. Ao ser contratado, eles vasculham a vida da cliente, e Alex entra em campo, se passando por algum personagem, até seduzi_la e fazê-la crer que o relacionamento que ela está tendo não a deixará feliz.
Assim, Alex e sua equipe são contratados por um rico empresário, que não quer que sua filha Juliette ( Vanessa Paradis) se case com o inglês Jonathan ( Andrew Linclon). Alex se faz passar então por um guarda-costas contratado pelo pai de Juliette, e tem exatos 10 dias para poder com que ela desista de casar com Jonathan. Ao mesmo tempo, um agiota está no encalço de Alex, que deve uma grana alta. O que Alex não contava, é que iria se apaixonar por Juliette.
Simpática comédia romântica, feito nos moldes de um filme de Hollywood: Elenco conhecido ( Roman Duris, um ator de drama se revelando um ótimo comediante; a cantora pop Vanessa Paradis; Andrew Lincoln, ator da série " The Walking dead", além de um ótimo time de coadjuvantes engraçados); trilha sonora pop americana; e muitas gags realmente engraçadas ( a cena deles cantando constrangidos " Wake me up before you gogo", no carro é hilária, idem as cenas com a personagem da amiga de Juliette)..
A narrativa flui gostosa, as locações são belíssimas. O roteiro poderia ser menos previsível, e os diálogos melhor construídos. Algumas passagens soam falsas demais, porém como o filme vai em ritmo de comédia maluca, a gente acaba revelando as inverossimilhanças.
Para uma tarde chuvosa, está de bom tamanho.
O bônus fica por conta da recriação da cena de dança de " Dirty dancing", um dos hits de Juliette. Divertido.

Nota: 7

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Caminho da Liberdade


" The way back", de Peter Weir (2010)

Drama baseado em um livro, " The long walk : the true story of a trek to freedom", de Slamovir Rawicz.
No filme, Slamovir se chama Januz, um oficial polonês, que vive no período da 2a guerra, mais precisamente 1940. A Polônia foi invadida pela Rússiae Alemanha, e Januz é acusado pela sua esposa, que fora torturada, como espião dos Aliados.
Ele é enviado então até um Gulag na Sibéria. Lá, ele se mistura com criminosos de guerra e criminosos reais. É obrigado a executar árduas tarefas. Não suportando mais as condições de sobrevivência do local, Januz se junta a outros presos e resolvem fugir pelas florestas geladas. Outros 5 prisioneiros, entre eles Valka ( Colin Farrel) , um perigoso criminoso, e Mr Smith (Ed HArris), um americano. Assim, começa a quase impossível travessia, até encontrar um país onde eles possam se refugiar. No caminho, encontram, Irena ( SAoirse Ronan), que se junta ao grupo.
O filme foi co-produzido pela National Geographic, o que justifica tantas imagens inebriantes e espetaculares. Percebe-se aliás, que as imagens prevalecem por sobre o restante do filme. A fotografia é ótima, mas o roteiro se sustenta quase que praticamente na dificuldade da travessia. Esse é o conflito existente no filme. A luta pela sobrevivência, que permanece nas mais de 2 horas de duração, completamente exaustivas. Não há muita dramaturgia. Os atores defendem bem os papéis, apesar dos sotaques estarem muito díspares, e a eterna solução de fazer todo mundo falar em inglês, até mesmo em um vilarejo no Tibet e na India. Algumas situações soam extremamente falsas e forçadas, como por ex, eles encontrarem um poço no meio do deserto.
A maquiagem do filme é muito boa, e traz desconforto todas as marcas de queimaduras de sol.
Uma pena, pois o filme tinha tudo para ser uma experiência emocionante, e acaba sendo apenas um registro de personagens tentando sobreviver, faltando os seus conflitos reais. A cena final é um erro, criando um sentimentalismo desnecessário.
Peter Weir, o diretor, já fez várias obras-primas, entre elas , " O show de Truman" e " Piquenique na montanha misterioosa". " Caminho da liberdade" será apenas mais um filme em sua filmografia extensa.

Nota: 7

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A Fera


"Beastly", de Daniel Barnz (2011)

Kyle (Alex Pettifer, de " Eu sou o número quatro") é um jovem ambicioso, que " se acha". Na Universidade ele é venerado, tato por sua inteligencia, beleza e discurso progressista. Alex usa desse seu poder para manipular as pessoas e fazer pouco caso delas. O que ele não poderia esperar era que ao pregar uma peça em Kendra (Mary-Kate Olsen), uma estudante, ela rogasse um feitiço nele. Sim, Kendra é uma feiticeira. A aparência de Kyle se torna então horrível, e o feitço só será quebrado quando, em um período de 1 ano, uma mulher se apaixonar por ele. Desesperado, Kyle é isolado por seu pai em um apartamento no Brooklyn, onde é confinado junto com uma empregada negra e um assistente cego. Kyle acaba se aproximando de Lindy (Vanessa Hudgens), filha de um viciado em drogas. Lindy conhece Kyle da Universidade e ao mesmo tempo que o despreza, o ama. O que ela não sabe é que Kyle é o atual Hunter, a Fera.
Livre adaptação do conto " A Bela e a Fera", escrito pelo próprio diretor Daniel Branz, o filme é um desastre total. Não possui nenhuma magia, nenhuma empatia com o espectador. A narrativa é totalmente fria, e o romantismo passa onge. O que é um pecado mortal, visto que esse filme só funciona se ambas fantasia e Romance tiverem química.
Os diálogos são risíveis e toscos. O elenco está totalmente caricato e constrangedor. O que é uma pena. Alex Pettyfer é uma promessa de Hollywood, estava bem em " Eu sou o número quatro". Vanessa Hudgens, de " High School Musical" tem talento, mas aqui percebe-se de que ela somente funciona sob uma boa direção. Que não é o caso aqui. Mary Kate-Olsen é a que mais se compromete, uma vez que a sua personagem tem um visual pavoroso, e a caricatura de sua personagem destrói qualquer tentativa de atuação.
É muito estranho ambientar um filme fantástico em um filme realista. Ter uma personagem de uma feiticeira no contexto pareceu deslocado. Talvez o filme tivesse que abusar mais da fantasia. Muito ruim também a solução da narrativa de manter Kyle junto com uma negra e um cego em um apartamento, como se a sua elevação moral dependesse de excluídos da sociedade. Ingenuidade pura.
Um filme que infelizmente, não funcionou. A maquiagem de Hunter também é outro desastre total.


Nota: 2

sábado, 7 de maio de 2011

Mr Nobody

" Mr Nobody", de Jako Van Dormael (2009)

No ano de 2092, um homem de 118 anos, Nemo Nobody (Jared Leto) se tornou uma celebridade. Isso pelo fato dele ser o último mortal na face da Terra. Toda a raça humana conseguiu obter a imortalidade, menos ele. No meio de holofotes e reportagens sobre a sua morte que se aproxima, nemo é contactado por um repórter, que quer perguntar detalhes de sua vida. Nemo passa a relatar as suas prováveis vidas, desde quando era criança ( um anjo no céu), até a sua fase adolescente. Na fase adulta, ele recria 3 possibilidades de vida que poderia ter tido, cada uma delas com uma mulher diferente. Nemo, idoso, já não sabe mais distinguir o que foi real e o que foi imaginado.
Fantasia que leva ao extremo o conceito de fábula. Com uma narrativa complexa, mas ao mesmo tempo atraente e sedutora, o diretor belga Jako Von Dormael recria aqui uma tese ousada. Ele discute a teoria da relatividade, a teoria do Big Bang, e muitas outras. Não convém aqui ficar discutindo a que filme estamos assistindo, mas sim, nos deixar levar pela recriação poética e admirável de um filme onírico, hermético, mas que traz uma luz perante tanta mesmice na cinematografia atual. O elenco está todo ótimo, e se deixaram entregar a essa proposta de filme anarquia, onde a narrativa flui sem coerência. Tecnicamente impecável: fotografia, direção de arte, som. O que me incomodou na verdade foi a maquiagem de envelhecimento. Ficou muito falsa.
Pode-se dizer que o filme é uma mescla autoral de " O show de Truman", " O curioso caso de Benjamin Button" e " A fonte da vida". Vale uma conferida.

Nota: 8

13 Assassinos


" Jusan-nin no shikaku/13 assassins", de Takashi Miike (2010)

Refilmagem de um longa japonês de 1963, " 13 assassinos" faz lembrar muito do clássico de Kurosawa, " Os 7 samurais". A premissa é praticamente idêntica.
No Japão da Era Edo, 1844, um Lorde violento e cruel, chamado Naritsugu, faz pouco caso das vidas das pessoas, pregando a morte de populares e de seus inimigos. Ele se utiliza da imunidade pelo fato de seu irmão ser o Shogum. Ele não poupa a vida nem de mulheres e crianças. Um samurai, Shinrouko, recebe o pedido de um homem que pertence a uma clã, clamando por justiça, uma vez que seu filho e nora foram assassinados pelo Lorde. Shinrouko resolve então juntar vários samurais, em um total de 12, que seguem caminho até o encontro do Lorde, com a missão de matá-lo. A idéia é pegá-lo durante uma travessia por uma estrada, envolta por uma floresta. Na floresta, eles encontram um homem misterioso, que acaba se juntando a eles, como o 13o samurai. Montam uma emboscada, e finalmente, o confronto se realiza. 13 samurais versus 200 homens, mais o Lorde sanguinário.
Violento épico do cultuado diretor japonês Takashi Miike, que participou da competição do Festival de Veneza em 2010. Miike é mais famoso pelos seus cults " Ichi, o assassino", " Audição", e vários outros clássicos do gore explícito, que fazem a alegria de fãs, entre eles, Tarantino e Eli Roth, diretor de " O albergue", que inclusive, o coloca em uma ponta no filme.
Aqui, Miike faz uma homenagem aos filmes de samurais,de forma até clássica, diferente de seus filmes mais ousados esteticamente. Porém, como não poderia deixar de ser, vez ou outra ele lança mão de bizarrices, como na cena da mulher sem braços e pernas, ou na cena do tiro de flechas em um grupo de mulheres e crianças.
O filme reserva também algumas cenas de humor, aliados a tensão de se ver mais de uma hora de batalha sangrenta, com direito a cabeças rolando, braços decepados, espadas atravessando corpos. A primeira parte do filme é confusa e tediosa, com muita explicação e verborragia, compensados na segunda parte que é pauleira pura. O elenco é eficiente, fazendo jus aos gritos e grunhidos eternos dos samurais. Tudo parece ser uma caricatura, mas é divertido de se ver.
Não é o melhor filme de Miike, mas é interessante e possui uma bela direção, com cenas de luta bem orquestradas, e uma boa fotografia.
Fico imaginando o juri de Veneza tendo que assistir a tanta sangria desatada. Em 2011, a dose se repetirá, com " Hara-kiri, a morte de um samurai 3d", mais novo filmes de Miike que foi selecionado para a competição oficial em Cannes.
Curiosidade é o desfecho, que apela para um pouco de realismo fantástico.

Nota: 7

Não conte nada a ninguém


" Ne le dis à personne/ Tell no one", de Guillaume Canet ( 2006)

Drama de suspense baseado em livro homônimo de Harlan Cober, e dirigido pelo ator francês Guillaume Canet, que trabalhou no filme " A praia", de Danny Boyle.
Alex (François Cluzet) é um pediatra, que tem um passado trágico. A 8 anos atrás, sua esposa, Margot (Marie Jose Crozet) foi brutalmente assassinada. Alex foi acusado do crime, mas logo depois prenderam um serial killer, que porém, não admitiu o crime.
8 anos depois, 2 outros corpos foram encontrados no mesmo local. A polícia reabre o caso, e Alex novamente é acusado do crime. Além disso, ele recebe uma mensagem anônima no email, e o remetente diz ser Margot. Alex fica atordoado e procura encontrar a verdade sobre o caso, mesmo com a polícia em seu encalço.
Uma trama diabólica, digna dos melhores filmes de Hitchcock, com direito a revelações no desfecho da história. A direção de Canet é soberba, com algumas incríveis cenas de perseguição. Existe uma em particular, que é fantástica: a de Alex correndo na rodovia. Um prodígio de realização.
O ritmo é de um drama, com algumas partes bem lentas, mas quando chega na ação, é ininterrupta a dinâmica. A trilha sonora é composta de clássicos pop, como " With or without you" do U2.
O elenco é um caso a parte: reúne os melhores atores franceses: François Cluzet, Kristin Scott Thomas ( no papel de uma amiga de Alex), Jean Rochefort, Nathalie Baye, e o próprio Guillaume Canet.
O filme me deixou intrigado o tempo todo, e mesmo que a resolução não seja uma perfeição, é um filme que merece um crédito, por manter o interesse do espectador, em saber o que se passa na história, e o desejo de querer saber o final.
Em 2007, o filme ganhou destaque na imprensa, sendo eleito por várias publicações como o melhor filme do ano. Ganhou 4 prêmios Cesar, entre eles, melhor direção e ator.

Nota: 9

As coisas impossíveis do amor


" The other woman" , de Don Roos (2009)

Emília (Natalie Portman) é uma mulher que vive sob o fantasma da morte de sua filha Isabel, de apenas 3 dias de idade. O filme começa em um pequeno retrospecto da vida de Emília. Ela é uma advogada recém-formada, e vai trabalhar em uma empresa. Lá, ela se apaixona pelo seu chefe, Jack (Scott Cohen), que é casado com Carolyne (Lisa Kudrow), e pai de Simon (Anthony Rapp). Jack se separa de Carolyne para viver com Emília. O tempo passa, a felicidade deles é enorme, até o dia que a pequena filha Isabel morre. Empilia se culpa pela morte da menina. e isso faz com que a relação dela com Jack se deteriore. Além disso, a relação dela com o enteado Simon é péssima, pois ele a rejeita e a culpa pela separação dos pais. Ao mesmo tempo, Emília se espelha na vida de seus pais, que são divorciados, e se culpa da mesma forma como ela culpa o seu pai, que se separou de sua mãe por causa de uma outra mulher.
Pela sinopse, podemos ver que o filme investe pesado no drama. E é verdade. A caraga emocional do filme é muito forte, temos várias cenas de Natalie Portman chorando, brigas conjugais, lavação de roupa suja. Mas o que difere esse filme de, por ex, " Reencontrando a felicidade", de John Cameron Mitchell,que também lida com perdas de um filho, é a forma como essa história é contada. A direção de Mitchell investe na sensibilidade, mas sem apelar para um exagero dramático. Aqui em " The other woman", existe um acúmulo de sofrimento, apesar de seu desfecho de redenção. Alías, esse desfecho me pareceu meio abrupto. Tudo ficou solucionado muito fácil demais.
O melhor do filme é a performance de seu elenco. Natalie Portman, também produtora, está ótima, e carregando com classe a melancolia de sua personagem, apesar do roteiro insistir em torná-la uma personagem chata e antipática. O pequeno Anthony Rapp também merece créditos por seu difícil papel do garoto mimado e recluso.
A trilha sonora é eficiente, pontuando o emocional sme exageros. O ritmo do filme é lento, sem sobressaltos, talvez um pouco longo demais para a história.


Nota: 7

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Velozes e Furiosos 5- Operação Rio


" Fast five", de Justin Lin

Nossa, fazia tempos eu não via um filme tão ruim.
Roteiro, interpretações. Falar que os efeitos e que as cenas de ação são boas é chover no molhado, pois qualquer produção de 5a americana, faz isso bem.
O roteiro é nulo: Dominic (Vin Diesel), Brian (Paul Walker) , Mia (Jordana Brewster) e Cia vem ao Rio para se refugiarem, após Dominic fugir da prisão. Aqui, eles precisam realizar uma última missão, para ganharem sua liberdade. Porém, o Poderoso Ryes (Joaquim de Almeida) deseja a morte deles, e um outro agente federal também está no encalço dos companheiros pilotos.
O elenco, sem exceção, está péssimo. todos caricatos, sem vida, sem vigor. Parecem movidos a toque de caixa, aliás, a toque do dinheiro milionário que ganharam ao participar de mais um filme de franquia, que desde o seu lançamento recente nos EUA, faturou horrores, Não dá para entender. Assim como nao dá para entender como o IMDB fornece nota 7,9 ao filme, quase que uma nota máxima, dado o rigor dos críticos. O que posso concluir é que os americanos são fanáticos por carros e velocidade.
No mais, é a mesma pauleira de sempre: explosões, música eletrônica, dublês pulando aqui e ali, carros em velocidade máxima, e muitas e muitas aéreas sobre a cidade do Rio de Janeiro. Um filme contraditório, que ao mesmo tempo que mostra as belezas de uma cidade de cartão postal, mostra as suas mazelas. Aqui todo mundo é mau-encarado, porta uma arma e faz cara feia.
Nem como comédia o filme se presta. Fosse mais tosco, seria um clássico.

Nota: 2

domingo, 1 de maio de 2011

Água para elefantes


" Water for elephants", de Francis Lawrence (2011)

Baseado em um romance best seller, " Água para elefantes" conta a história de Jacob, um velho que aparece de repente em um circo. Ele começa a narrar a sua história para o administrador do circo, e sobre o que aconteceu no ano de 1931, durante a depressão americana, e com o circo para o qual ele trabalhava. Voltamos então na época, e Jacob (Robert Pattinson) é um descendente de poloneses. Sua família é dona de uma clínica veterinária, e custeia uma escola para Jacob. os pais morrem em um acidente, e Jacob acaba sem dinheiro e sem casa. Ele procura trabalho, e acaba indo parar em um circo, cujo dono, August (Christopher Waltz) é arrogante e cruel para com os seus funcionários e animais. Ele é casado com Marlena (Reese Winterspoon), uma das principais atrações da casa. Rejeitado de início, Jacob acaba ganhando o posto de tratador de animais. E claro, uma paixão platônica começa a rolar entre ele e Marlena. August adquire um elefante, Rosie, que sofre de maus tratos, mas aos poucos é dada como grande atração do circo, graças ao carinho dado por Jacob.
Belo filme, com linda fotografia e direção de arte. O som também é otimo. Apesar de suas qualidades técnicas, o filme é raso, cheio de clichês, e é muito longo e arrastado. Mas nada disso impede que ele se torne em breve um clássico do sessão da tarde. É açucarado, agrada em cheio as platéias em busca de um drama cheio de amor impossível e tramas rocambolescas. Algumas cenas são realmente bonitas de se ver, e a dupla Pattinson/Winterspoon estão radiantes na tela. Christopher Waltz parece ter se encontrado no seu papel de vilão, após os sucessos de " Bastardos Inglórios" e " Besouro Verde". O desfecho é emocionante, típico daqueles filmes que a gente sai suspirando. Ah, sim: Rosie, a elefanta, é uma graça.

Nota: 7

A Incrível Susana


" The Major and the minor", de Billy Wilder (1942)

Uma das primeiras comédias do mestre Billy Wilder, " A incrível Susana" teve depois uma refilmagem com Jerry Lewis, chamado " O meninão".
Ginger Rogers, famosa parceira de musicais com Fred Astaire, aqui representa Susan Applegate, uma jovem do interior, que se cansa da vida de Nova Yorque, por não conseguir realizar os seus desejos profissionais, e reolve voltar para sua terra natal, Iowa. ela se dirige até a estação de trem, mas o que ela não esperava, era que o valor do ingresso subiu, e ela não possui dinheiro o suficiente para viajar. Ao avistar uma mulher com 2 crianças, ela tem a idéia de se vestir de menina, para poder pagar meia entrada, O seu plano dá certo. Porém, no trem os bilheteiros desconfiam dela. Ela acaba se refugiando na cabine do Major Kirby (Ray Milland). Ela pede ajuda a ele, e ele a deixa dormir por uma noite. Ela o chama de Tio Philiph. O que eles não imaginavam era que a noiva dele fosse buscá-lo no trem, que parou no caminho devido a problemas técnicos. Após mau-entendido, Susana é convidada a passar alguns dias em uma academia de cadetes do exército, antes de seguir viagem. Os cadetes se apaixonam por Susana, acreditando ser ela uma adolescente, ao mesmo tempo que ela vai se apaixonando pelo Major.
Divertida comédia, mas que tem um agravante: ser crível. É evidente que Ginger Rogers não aparenta jamais a idade de 12 anos. Daí, gostar do filme depende do quanto você abstrai essa informação, e se deixa levar pela narrativa. Caso isso aconteça, você irá se divertir bastante nessa comédia maluca, cheia de maus entendidos. O casal principal, Rogers e Milland, estão ótimos, e brincam com os seus personagens. O elenco de apoio também é satisfatório, principalmente o elenco jovem, responsável por boa parte das tiradas do filme.
O filme tem um ritmo lento, e algumas cenas se esticam além do necessário. Mas no geral, é um belo passatempo, e que hoje em dia, caso fosse realizado agora, seria facilmente confundido com uma apologia à pedofilia.

Nota: 7

O Guerreiro Gengis Khan


" Mongol", de Sergey Bodrov (2007)

O filme narra o mito da ascenção de gengis Khan, que teve o nome de batismo de Temudjin. No ano de 1172, na Mongólia, ele vive com seu pai, um conquistador.Um dia, eles partem em busca de uma esposa para temudjin. Vão parar em um clã, e lá, Temudjin faz um pacto com sua futura esposa, Borte. Na volta para casa, o grupo se defronta com uma clã rival. O pai é envenenado, e morre, Segundo a tradição, quando o Khan (chefe) morre, a família é abandonada pela tribo, e o primogênito deve fugir, para não ser morto. Em sua fuga, Temudjin se alia a um outro garoto que o salva, Jamukha, a quem o chama de irmão. O tempo passa, Temudjin está maior. Ele retorna para a casa de sua mãe, e vai em busca de sua esposa, Borte. Porém, o grupo rival sabe de seu retorno e o prende em uma emboscada. Ele é vendido como escravo, mas acaba fugindo, e vai formando um exército de guerreiros. Todos os rivais se voltam contra ele, inclusive Jamacka.
Espetacular super-produção em co-produção Russia/Cazaquistão/Mongólia, o filme em nada deve a similares americanos. As paisagens são grandiosas, as cenas de ação, arrebatadoras. É um épico de grandes proporções, e cheio de reviravoltas mirabolantes. A trilha sonora é empolgante, e o elenco funciona a contento.
A fotografia do filme é um desbunde. Alguns diálogos são divertidos, e o filme perambula entre o drama, a aventura e o romance. É longo, e lá pelo meio, cansa. É estranho também a forma abrupta como a narrativa prosssegue, dando cortes atemporais, o que dá a impressão de faltar cena. Algumas das várias fugas de Temudjin não são bem explicadas.
Vale como curiosidade de se conhecer um pouco da vida dessa figura polêmica, que aqui no filme, adquire um cartáter quase de mito, devido a visão espiritual que o personagem possui.

Nota: 8

Uma vida nova


" A brand new life/Une vie toute neuve", de Ounie Lecomte (2009)

Comovente drama auto-biográfico, escrito pela realizadora franco-coreana Ounie Lecomte, que foi adotada por uma família francesa na década de 70.
O drama narra a história de Jinhee, uma menina de 7 anos, que é abandonada pelo pai em um orfanato de meninas na Coreia do Sul. Jinhee não aceita o abandono do pai, e se mantém arredia e hostil por um longo tempo, se fechando para as outras meninas e funcionárias do local. Aos poucos, vai se abrindo, mas por várias vezes, ela presencia situações que a fazem ficar de novo reclusa em seu mundo.
É um filme emotivo, em registro quase documental, uam forma de exorcizar os fantasmas do passado da cineasta. O filme tem um ritmo lento, um olhar distanciado pelos personagens que percorrem o filme. Apesar de baseado em história real, temos a impressão do filme ser um apanhado de clichês do gênero, como no belo filme de Lasse Hallstrom, " Regras da vida", de tema semelhante.
A fotografia é bonita, e a trilha sonora funciona. Mas o que mais impressiona é a performance da pequena Sae-Rom-Kim, uma menina que representa com fúria a sua difícil personagem. O filme vale por ela.

Nota: 8