quarta-feira, 29 de junho de 2011

Confiar


" Trust", de David Schwimmer (2011)

Will (Clive Owen) e Lynn (Catherine Keener) formam um casal modelo: bons pais, com ótimas profissões, e 3 filhos maravilhosos. Porém, Annie, a filha do meio, há meses mantém uma amizade virtual com quem ela acredita ser alguém de sua idade, mas que depois descobre ser um homem adulto. Ao marcarem um encontro, o homem a seduz e a estupra. Esse fato gera um terrível abalo na família: Annie apesar de tudo, protege o criminoso; o pai perde a razão e só pensa em capturar o estuprador; e a mãe fica no meio de um embate, observando a evolução da loucura de seu marido e de sua filha.
Um poderoso libelo contra a pedofilia e a favor de um maior controle sobre a vida pessoal dos filhos, " Confiar" tem em seu elenco a força do projeto: Clive Owen e Catherine Keener estão ótimos, exibindo força e destempero emocional, sem cair em pieguices, de seus personagens. Mas é Liana Liberato, no papel de Annie, que o filme cresce. Ela está surpreendente, uma grande promessa de atriz. MAs o mais curioso está na ficha do Diretor: David Schwimmer é egresso do elenco da série " Friends". Interssante como um filme de temática tão pesada e forte como " Confiar", tenha um comediante como maestro. Palmas para ele, mesmo que o filme não seja de todo perfeito.

Nota: 7

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Também a chuva


"También la lluvia", de Icíar Bolláin (2011)

Uma equipe de filmagem espanhola, de baixo orçamento, chega em Cochabamba, Bolívia, para rodar um filme sobre a chegada de Cristóvão Colombo, e a relação dos conquistadores espanhóis, que praticamente dizimaram a civilização indigena que ali habitava, explorando-os comercialmente, e matando os insobordinados. A equipe escala atores e figurantes locais, mas o que não esperavam é que a população enfrenta o governo, por conta do uso de água, e isso atrapalha o rendimento das filmagens, pondo em risco a vida de todos, após a eclosão de uma rebelião civil.
Bom drama, que foi o indicado pela Espanha para representar o país na disputa do Oscar 2011. O filme parece ser um mea culpa da Indústria cinematográfica, que chega com o onipresente poder, se achando um mercado soberano e que tudo deve ser feito em prol do andamento das filmagens. Através da figura de um cineasta inescrupuloso, Sebastián (Gael Garcia Bernal) que somente pensa na filmagem e caga e anda pro desespero da população, e do produtor Costa (Luis Tosar) que somente pensa em economizar para os investidores da película , o filme bota em cheque o quanto devemos nos meter em assuntos internos de um governo que não nos pertence. Um filme com belo desfecho, sensível e edificante, boa direção, e bons atores (destaque para Luis Tosar e para Juan Carlos Aduviri, excelente no papel do índio Daniel). Tosar é o mesmo ator que interpretou o prisioneiro no excelente filme " Cela 211". Apesar de ter uns 20 minutos sobrando, é um filme interessante, não só por sua postura social, quanto para conhecermos melhor o universo de uma filmagem, e suas dificuldades.

Nota: 8

domingo, 26 de junho de 2011

Quarentena 2 - Terminal


" Quarantine 2- terminal", de John Pogue (2011)

Durante um vôo, um hamster contaminado com a raiva morde um passageiro. A partir desse momento, uma epidemia de raiva vai se espalhando entre os que estão no vôo, que pousa em um aeroporto. A partir desse momento, todos lutam pelas suas vidas.
Continuação livre do filme " Rec", já refilmado pelos americanos em " Quarentena". Aqui, a única ligação com o original é o fato de um dos passageiros estar assistindo a tv durante o vôo, e assistindo ao vivo uma matéria sobre um prédio em L.A com moradores contaminados. Pelo roteiro desse filme, que nada tem a ver com " Rec 2", um dos passageiros estaria fazendo experiências com vírus de laboratório, e trazendo a bordo, sabendo das possibilidades da tranmissão.
O filme não tem a linguagem da câmera como ponto de vista. Mesmo assim, tendo um orçamento menor, o filme tem seu interesse. Tem suspense, tem clima, e algumas boas atuações, compensando a falta de ritmo do primeiro terço do filme e de alguns atores não estarem bem. De uma forma geral, é um passatempo para quem curte o gênero " homem mordidos que se transformam em zumbis famintos", muito semelhante a " Extermínio". A curiosidade é que aqui boa parte do filme se passa dentro de um avião, e no terminal de um aeroporto.
Nota: 6

sábado, 25 de junho de 2011

Potiche- Esposa troféu


"Potiche", de François Ozon (2011)

1977. Suzanne Pujol (Catherine Deneuve) é uma dona de casa, sem opinião própria, que vive com seu marido, Robert (Fabrice Luchini) presidente de uma fábrica que produz guarda-chuvas. Seu pai foi o fundador da empresa, e Suzanne é mãe de 2 filhos, Joelle e Laurent, ambos adultos e indecisos em suas vidas. Suzanne vive sob as ordens do marido, que a subjulga e a impede de ter qualquer tipo de opinião formada. Até que um dia Robert adoece por conta de uma greve de seus funionários, e Suzanne assume a empresa. Ela pede ajuda ao deputado Maurice (Gerard Depardieu) e para surpresa de todos, a empresa cresce de produção e sua presidência é um sucesso.
Deliciosa comédia de François Ozon, um apaixonado por musicais, teatro, cafonice e muito, muito colorido. A direção de arte é uma viadagem só, e as interpretações, afetadas e divertidas. Tão bom ver Deneuve e Depardieu em cena, juntos. Uma cena antológica: os dois dançando numa boite, ao som de disco music. Todo o elenco de apoio está ótimo, e o filme, mesmo perdendo o ritmo em alguns momentos, mantém um cherme deliciosamente kitsch. O filme também é uma metalinguagem, homenageando Deneuve e o filme " Os guarda-chuvas do amor".

Nota: 8

sexta-feira, 24 de junho de 2011

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Lanterna Verde


" Green lantern", de Martin Campbell (2011)

Hal Jordan é um piloto de aviação, que tem um trauma de infância: seu pai, também piloto, morreu em acidente de trabalho, pilotando um dos avões em fases de teste. Já crescido, Hal (Ryan Reynolds) é escolhido pela liga dos Lanternas verdes intergalático, para ser um novo membro, a fim de manter a paz do Universo. Esse posto lhe é passado por um outro Lanterna verde, que sofreu um acidente e , entre a vida e a morte, lhe passou o anel, que lhe trará poderes inimagináveis. Porém, Hal deve lutar contra Parallax, um ser poderoso que planeja destruir tudo que encontra pela frente.
Mais um filme baseado em personagem Marvel, mas infelizmente, sem alcançar maiores vôos. Ryan Reynolds, que se tornou um ótimo ator em " Enterrado vivo", aqui não consegue fazer muito pelo filme, que tem um roteiro fraco e efeitos toscos. O filme não tem ritmo, e as cenas de ação custam a chegar. A concepção de alguns dos personagens é bem fraca, e o seres intergaláticos lembram bastante alguns personagens de " Star Wars". O problema aqui é que o filme poderia ser mais realista, mas resolve apostar em tipos e situações que não se combinam muito. Tem momentos que parece animação de tv, e a gente não sabe se gosta ou não. Eu basicamente achei tosco alguns momentos. De positivo, apenas a inserção de atores tarimbados em alguns papéis, como Tim Robbins e Peter Saasgard.

Nota: 5

Comentários em breve

domingo, 19 de junho de 2011

Marte precisa de mães


" Mars needs moms", de Simon Wells (2011)

Milo (Seth Green) é um garoto que nao curte ser mandado por sua mãe (Joan Cusack) , que é o obriga a fazer suas obrigações. Um dia, marcianos chegam e raptam a mãe dele, por a considerarem uma mãe-modelo, capaz de criar os filhotes marcianos. Milo se esconde na nave espacial,e segue até Marte. Lá, ele descobre que os marcianos sugam a energia das mães abduzidas para poder sustentar toda uma legião de mães robôs. Para evitar que isso aconteça com sua mãe, Milo conta com a ajuda de Ki, uma marciana sentimental, e de Gibbler (Dan Foggler) , um humano que habita Marte, desde que sua mãe foi abduzida.
Animação em 3 D da Disney, que foi um imenso fracasso comercial e de crítica nos EUA. Talvez uma das razões seja o roteiro pouco atraente para as crianças, e o ritmo lento, só ganhando dinâmica na parte final. Os desenhos dos personagens também não são nada agradáveis: os marcianos são representados por uma fiisonomia muito feia, e os humanos adquirem as feições dos atores. Essa técnica já foi utilizada por Robert Zemeckis, aqui produtor do filme, em outras produções suas: " Expresso polar", " Beowulf" e " Contos de natal". O que acontece é que os movimentos soam falsos e sem expressão. Tecnicamente, fora as feições humanas, o filme é surpreendente: o som, a fotografia, a direção de arte. Uma pena que falte magia e encantamento ao filme. Joan Cusack, grande atriz, mesmo em animação, é sempre bom vê-la atuando. Dan Foggler parece ser o comediante da vez: recentemente, ele esteve em " Take me home tonight", fazendo o papel de um pôrra-louca.

Nota: 6

sábado, 18 de junho de 2011

O imortal/22 balas


" L´immortel/22 bullets", de Richard Berry (2011)

Charly Mattei (Jean Reno) é um ex-integrante de um grupo mafioso, que largou a profissão e decidiu viver a vida em uma casa de campo, junto de sua familia. Um dia, ao levar seu filho pequeno ao centro, ele é emboscado pelos ex-integrantes do grupo que o fuzilam. Charly é levado ao hospital e sobrevive, mesmo tendo 22 balas retiradas de seu corpo. Ele fica imobilizado em parte de seu corpo, e resolve se vingar de quem tentou matá-lo, e o porquê. Porém, sua família fica em perigo.
Como se pode ver, nesse filme, o clichê é a base de tudo. Já vimos esse filme centenas de vezes. Inclusive Jean reno volta ao papel que o consagrou:o do assassino cruel e frio, que não exprime emoção. O filme é bastante violento,lembrando em alguns momentos torturas como em " Irreversível". É longo, e poderia ter pelo menos 20 minutos a menos. A profusão de personagens confunde um pouco: de um lado, a família de Charly. Do outro, temos toda uma gangue, e um grupo de policiais, que tentam entender o que se passa naquele submundo. Apesar de tecnicamente bom, o filme nunca supreende. A caricatura de filme policial violento, com estereótipos da gangue,são elementos que afastam um pouco o interesse total pelo filme. Jean Reno está como sempre esteve em todos os seus tipos policiais. O verdadeiro ponto de interesse é o menino que faz o filho de Reno. O garoto é supreendente, e na cena final, a sua emoção é emocionante. Parece estar realmente sentindo a emoção do personagem. Vale por ele.

Nota: 5

Singularidades de uma rapariga loura


" Singularidades de uma rapariga loura", de Manoel de Oliveira (2009)

Filme baseado em conto de Eça de Queirós, publicado na coletânea " Contos", de 1902.
Dirigido por Manoel de Oliveira, o filme narra a história de Macário, um honesto e jovem contador, que trabalha na empresa de seu tio, dono de uma confecção. Tudo está bem, até o dia que uma vizinha se muda na casa da frente onde fica o escritório de Macário. A filha da senhora, Luísa, é uma ninfeta loira e linda. Macário imediatamente se apaixona por ela. Porém, seu tio é contra o casamento, e ante a teimosia de Macário, que insiste no casamento, o tio o expulsa de casa. Sem dinheiro e sem perspectiva de emprego, Macário se envergonha de pedir a mão em casamento de Luísa. Mas ela lhe promete aguardar, contanto que ele arranje emprego e junte dinheiro. Toda essa história é narrada por Macário a uma senhora dentro de um trem, a caminho de Algarves, pois segundo Macário, "melhor contar algo a um estranho, do que a sua mulher ou amigos".
Curioso filme, com duração de apenas 65 minutos. No início, vemos um longo plano de um bilheteiro recolhendo bilhetes dentro de um trem. E assim somos apresentados a Macário. Manoel brinca com o espectador o tempo todo. Logo de cara, a senhora com quem Macário expõe sua vida, acahamos que é cega, quando na verdade, era só uma questão de olhar. Seguem-se então longos planos, formalmente rigorosos: fixos, raros movimentos de câmera. O filme destila hum senso de humor incomum aos filmes de Oliveira. Inclusive um inusitado plano da perna levantada de Luisa, quando beija Macário.
Para o espectador com paciência, vale assistir a essa empreitada, uma brincadeira com o espectador e com o próprio cinema. O desfecho é brusco, e conheço amigos que acham que um rolo de perdeu.

Nota: 7

Cinco dias sem Nora


" Cinco dias sin Nora", de Mariana Chenillo (2008)

José (Fernando Luján) descobre por um acaso que sua ex-esposa, Nora, com quem foi casado a 30 anos, se suicidou. De formação judaica, José descobre também que não pode enterrála, segundo a tradição judaica, por um motivo de feriado religioso: os judeus estão comemorando a Páscoa judaica, e os mortos devem ser enterrados imediatamente, caso contrário, somente após 5 dias. Como o seu filho Rubén se encontra em viagem, José decide aguardar o seu retorno. José descobre nesses 5 dias de espera, um passado desconhecido de Nora, uma suicida em potencial, desde que eram casados.
Bom drama mexicano, sensivelmente conduzido pela diretora e roteirista Mariana Chenillo. O elenco é o ponto alto do filme. Tanto os adultos quanto as crianças brilham em momentos de delicadeza e dramaticidade, com pinceladas tênues de comédia. O roteiro é curioso, e avança lentamente, e aos poucos descobrimos segredos do passado de Nora. O filme é quase um melodrama, mas a direção evita maiores sentimentalismos. O ritmo é lento, talvez o filme seja um pouco longo, mas o resultado final é válido. Vencedor de vários prêmios internacionais, somente agora, quase 3 anos depois, é lançado aqui no Brasil

Nota: 7

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Meia-noite em Paris


" Midnight in Paris", de Woody Allen (2011)

Gil Pender ( Owen Wilson) é um roteirista de cinema americano, que não está satisfeito com o seu trabalho. Seu sonho é se tornar um escritor. Ele passa uma temporada em Paris, cidade que ama, acompanhando sua noiva Inez (Rachel MacAdams) e os pais dela, um arrogante casal tipicamente americano que não suporta os costumes franceses. Inez é uma dondoca fútil, que só pensa em compras e fazer um tour padrão pela capital, acompanhanda por seu amigo Paul (Michael Sheen), que se mostra um intelectual pedante, segundo palavras de Gil, que fica enciumado. Vagando pela noite de Paris, após um pequeno entrevero com Inez, Gil se descobre magicamente nos anos 20, época que ele idolatra. Ele conhece então Hemingway, Cole Porter, Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Bunuel, Picasso, Lautrec, Gaughin e muitos outros artistas, com quem trava conversas sobre vida e arte.
41o filme de Allen, esse retorno ao cinema do realismo fantástico se mostra uma obra de arte fabulosa. Com reminiscências com várias de suas obras ( Manhattan, Rosa púrpura do Cairo) Allen encontra em Owen Wilson um alter ego perfeito. Ele imita com precisão todos os seus trejeitos e modo de falar. Wilson está aqui em um de seus melhores, se não o melhor, trabalho. Todo o elenco de apoio está fabuloso, mostrando o quanto Allen é um perfeito Diretor de atores. Absolutamente ninguém está fora do tom. Marion Cottilard está no auge do encantamento, sublime em sua personagem melancólica. O filme exala amor, romantismo, paixão pela arte. As conversas hilárias e algumas antológicas de Gil com personagens da literatura , cinema e pintura são sensacionais. Destaque para as cenas de Gil com Bunuel sobre o filme " Anjo exterminador", de Gil e Dali sobre rinocerontes. A direção de arte é sensacional, a trilha sonora com canções de Cole Porter, apaixonantes. Impossível ficar alheito a tanto carinho com que Woody Allen trata do filme e de seus personagens. Incrível tambèm o vigor desse filme, considerando que Allen esta com 75 anos, e parece mais jovial do que nunca. A cena final, do casal andando debaixo de chuva, é de uma poesia absurda, condizendo com toda a mensagem positiva que o filme propõe. Não é um filme para todos os públicos, infelizmente pois as referências de arte sugerem que o espectador conheça um pouco sobre a biografia de cada um dos retratados. Mas fica valendo a vontade de a gente querer sair do cinema e descobrir um pouco sobre cada um deles. E claro, visitar Paris.

Nota: 10

Chatroom


"Chatroom", de Hideo Nakata (2011)

Willian ( Aaron Johnson, de " O garoto de Liverpool" é filho de uma famosa escritora. Porém, ele odeia os seus pais e sua vida. Solitário, ele cria uma sala no chat room, chamado " Chelsea girls". Lá, ele conhece outras 4 pessoas, igualmente problemáticas. No início, todos trocam intimidades e problemas de relacionamento. Aos poucos, Willian vai enterferindo na vida de cada um, estimulando-os a praticar pequenos delitos e a botar em prática seus desejos mais profundos. Até que Willian vai se revelando um manipulador, e instiga um dos rapazes da sala a se suicidar. Os outros precisam imediatamente saber quem eles são na verdade, uma vez que todos só se conhecem vitualmente, para evitar o sucídio do rapaz.
Suspense light dirigido por Hideo Nakata, mesmo diretor de " O chamado" e " O chamado 2", dois grandes sucessos do cinema de terror japonês.
Aqui, Nakata encontra um bom argumento, mas infelizmente, não obteve sucesso. A idéia da sala de bate-papo se tornar virtualmente real para os participantes, até é interessante, mas não se concretiza com louvor. Tudo parece meio estranho, e pouco convincente. A crítica que o filme faz a geração jovem que vive conectada em internet, é válida. Mas o filme carece de força. Tudo é bastante ingênuo. Chamar a personagem da mãe de William, de Grace Rollins, é bobo, pois fazer alusão a J.K Hollins ( autora de " Harry Potter") minimiza o potencial dramático do filme. A trilha sonora é interessante, como muita música eletrônica, dando dinamismo ao filme. O elenco, encabeçado por Aaron Johnson, apenas cumpre seu papel, sem maiores esforços. Falta maior dramaturgia que sustente os personagens. De uma forma geral, o filme parece a resposta de Nakata ao sucesso cult japonês " Clube do suicídio", de tema semelhante.

Nota: 5

sábado, 11 de junho de 2011

Take me home tonight


" Take me home tonight", de Michael Dowse (2011)

Nos anos 80, Matt, um jovem graduado em economia, resolve abandonar sua carreira brilhante em uma empresa e se dedica a fazer as coisas que mais gosta. Vai trabalhar em uma locadora de cd e vhs, contra a vontade de seu pai (Michael Biehn). Ele tem uma irmã gêmea, Wendy (Anna Farris), e um melhor amigo, o amalucado e destemperado Barry (Dan Fogler). A época evoca novos milionários e yuppeis, futuros empreendedores,e matt vai contra essa maré. Matt é apaixonado por Tori (Teresa Palmer), uma típica patricinha, mas claro, sua paixão não é correspondida. Uma festa irá acontecer na noite do feriado do Dia do trabalho, reunindo toda a garotada da faculdade, e muitas confusões irão surgir.
Simpática comédia romântica, escrita e protagonizada por Topher Grace, ator de " Homem -aranha 3" e " Predadores", aqui reverenciando as comédias juvenis de John Hughes. As referências são muitas, e tudo é feito com muito carinho. Ele convidou o ator Michael Biehn (Exterminador do Futuro) por ele ser um grande fã do filme. O filme tem bons momentos, mas em boa parte do filme, infelizmente, não tem muito ritmo, e nem criatividade no roteiro. O elenco de apoio segura as pontas, com destaque para Dan Fogler, no papel do amigo sem pé nem cabeça, que só faz merdas. Uma espécie de parente pobre de " Se beber, não case". A trilha sonora, toda composta de hits dos anos 80, como Bonnye Tyler, Kim Karnes, Duran Duran, etc, é um achado. Um filme que nos traz de volta belos momentos de nostalgia, e só por isso, já vale uma conferida. A direção de arte, maquiagem e figurino são sensacionais.

Nota: 7

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O túnel


" The tunnel", de Carlo Ledesma (2011)

Uma equipe jornalística resolve investigar o porquê do Governo australiano ter mantido desativada uma estação de metrô completamente desativada. essa estaçõa foi por muito tempo invadida por sem tetos, mas muitos misteriosamente desapareceram. Uma jornalista lidera sua equipe, formada de outras 3 pessoas, e sem avisar a ninguém, invadem as dependências dessa estação, composta de inúmeros túneis escuros. O que eles não esperavam é que um ser sinistro habita o local, e os ameaça.
Filme baixo orçamento lançado apenas via internet na Austrália, inaugurando um esquema de distribuição viral.
Infelizmente, o filme não alcança um nível tão bom como esperado. Utilizando todos os clichês de filmes mockmentaries, o filme parte da premissa de tantos outros filmes, como " a bruxa de Blair", " Cloverfield", etc. A polícia descobre fitas de uma equipe jornalística, e através das fitas, sabemos o que aconteceu à equipe de filmagem. Mas o maior erro do filme foi ter colocado alguns dos personagens narrando o ocorrido durante a projeção, como em uma entrevista. Já sabemos então que esses personagens não morreram. isso já mata metade do suspense. Outro ponto fraco do roteiro, é que nos primeiros 2/3 do filme, muito pouco acontece. O ritmo é arrastado, e até então não sabemos muito do que vai acontecer. existe um personagem sem-teto que dá um depoimento, mas por qual razão ele não epxlica o que aconteceu com ele no subterrâneo? Como ele escapou? Porquê a equipe insiste em entrar no local abandonado, que de antemão já sabemos ser perigoso?? Tecnicamente o filme é bom, considerando o baixo custo da produção. Infelizmente, não vemos quase nada da criatura, o que deixa muito a desejar qualquer tipo de clima tenso. É só correria e gritaria no terço final. O elenco até que tenta se esforçar em manter os seus personagens frágeis com dignidade, mas os diálogos são fracos, e as situações, pouco consistentes.
De curioso, apenas o cartaz do filme, graficamente belo.

Nota: 5

O gringo


de Darko Bajic (2011)

Cine-biografia do jogador de futebol Dejan Petkovic, traçada com humor e ironia.
Através de relatos do próprio jogador, que dá depoimento para um fã cineasta, o filme desenvolve fatos marcantes na vida de Petkovic: sua infância pobre em um bairro de periferia na Sérvia, sua contratação por um time europeu, e a posterior vinda ao Brasil, em 2011, quando começou a jogar para o Flamengo, time onde arregimentou um grande número de fãs. Ele foi o responsável pela vitória do time no Campeonato brasileiro de 2001. Depois de muitas vitórias, o filme mostra ainda a sua ida para outros times: Vasco, Fluminense, Santos, etc, até voltar ao Flamengo.
Todos sabem que eu ão curto futebol, e só fui ver o filme por causa de meu amigo Fabiano Canosa, um dos produtores associados do documentário. Não seria capaz de fazer uma crítica de um filme cujo tema não me interessa, mas dada a alegria dos espectadores presentes na sala, acho que cumpriu o seu papel. O jogador é uma figura extremamente simpática, e não é a toa que ele é querido por todos.


quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sentimentos mortais


" Seconds apart", de Anthonio Negret (2011)

Jonah e Seth são gêmeos, e estudam na faculdade. Um passado tenebroso guarda segredos de família. Mortes vão ocorrendo entre os estudantes, e o detetive Lampkin tenta descobrir o mistério que envolve essas mortes. Acaba descobrindo que os gêmeos possuem poderes telecinéticos, e são capazes de fazer as pessoas obedecerm as suas ordens. Paralelo, acompanhamos o trauma do deteive, atormentado pela culpa, por ter deixado sua esposa morrer em um incêndio.
O filme guarda muitas semelhanças com a cinematografia de David Cronemberg e Brian de Palma. É um filme mais pobre, em termos de orçamento, mas com bons efeitos. Um misto de " Gêmeos, mórbida semelhança", " Scanners" e " Carrie" e " A fúria".
O roteiro é até interessante, mas infelizmente resvala para um desfecho meio sem pé nem cabeça, abrupto, como se o diretor quizesse terminar o filme de qualquer jeito. Os sustos fáceis, advindos de música estridente e pessoas que surgem do nada, não contribuem também para que o filme seja bom. Apenas um ligeiro passatempo, para quem busca um suspense ligt e não pode ficar tanto tempo sem ver sangue e violência.

Nota: 5

domingo, 5 de junho de 2011

Qualquer Gato vira-lata


de Tomas Portella (2011)

Comédia Romântica baseada em obra de Juca de Oliveira, de grande sucesso em carreira teatral.
Tati (Cleo Pires) é uma jovem estudante, eestuda em uma Universidade. Ela namora Marcelo ( Dudu Azevedo), um garotão bon vivant que só pensa em paqueras e curtição. Uma noite, Tati o flagra dando em cima de uma garota, e discutem. Ela acaba parando em uma palestra de um professor para desabafar. O professor se chama Conrado, é gente boa, mas desastrado. Ele dá aula de biologia, e em sua palestra, ele faz analogias entre a vida sexual de animais com a dos seres humanos. Tati se interessa, e conrado resolve usá-la como cobaia de sua tese. Porém, Marcelo começa a ficar enciumado da relação de Tati com o professor, e passa a querer reconquistá-la.
Simpática comédia dirigida por Tomas Portella, que durante anos trabalhou como assistente de direção de vários cineastas. O filme reserva boas cenas de comédia, mas alguns momentos mereciam diálogos mais bem construídos. De qualquer forma, diverte quem está em busca de diversão fácil. Tecnicamente, o filme deixa a desejar. no quesito fotografia. A imagem merecia mais glamour e cuidados. A trilha sonora é gostosa, mas a trilha incidental é redundante, caprichando em efeitos sonoros para provocar risos.
Cleo Pires está bem, provando que funciona também em comédia. Dudu Azevedo está engraçado fazendo o papel do garotão bobão, exagerando as vezes em caras e bocas. Malvino Salvador é uma versão masculina de Sanda Bullock: ele faz uso dos tropeços e do caminhar meio desajeitado.

Nota: 7

O padre 3D


" Priest 3D", de Scott Charles Stewart (2011)

O filme se ambienta em um futuro de época não identificada. Um prólogo tem início, e ficamos sabendo que a luta entre homens e vampiros advém desde os tempos medievais. Após um longo período de batalha, a Igreja Católica resolve formar um grupamento especial, chamado de " Padres", que são treinados para exterminarem os vampiros. Após a derrocada dos vampiros, cujos sobreviventes são confinados em campos específicios, os Padres são considerados pela Igreja uma ameaça a segurança nacional, e logo, são desativados. São vistos pela população como marginais. Até que a sobrinha de Priest (Paul Bettany) é sequestrada por um vampiro, Black Hat (Karl Urban). Priest sai da obscuridade e vai em busca de sua sobrinha, tendo como aliado um jovem sherife (Cam Gigandet), namorado da garota. A cidade é governada pela Igreja, e O Monsenhor (Christopher Plummer) manda os Padres restantes irem atrás de Priest, por ele ter desacatado suas ordens.
Filme de ação e suspense B, serve como passatempo rasteiro, mas nada além disso. Paul Bettany, após o semelhante " Legion" parece ter se especializado no arquétipo do herói sem lei, as voltas com criaturas malignas. O roteiro é fraco, a direção até que tenta criar ritmo e expectativas, mas de fato o texto não ajuda. Toda hora existe um susto gratuito, para dar clima ao filme. Os efeitos são às vezes bem toscos, lembrando video-games para tv. Nada de muito novo, a não ser jovens bons atores em participações tímidas. Em 3D o filme pode criar um interesse maior, devido ao bom uso da fotografia e de efeitos de cãmera lenta, que dao um ar de publicidade. Pior é o filme dar uma brecha para uma possível continuação. Assistir e depois esquecer.

Nota: 3

quinta-feira, 2 de junho de 2011

X Men- Primeira Classe


" X men - First Class " , de Matthew Vaughn (2011)

Poderia se chamar " X-men-origens". O filme narra o surgimento de Erik/Magneto (Michael Fassbender) e Charles Xavier/Professor X (James Macvoy). Em 1944, Erik descobre seus poderes, em um campo de concentração, mas somente é ativado após passar por um processo de cólera. O nazista Shaw (Kevin Bacon) toma conhecimento desses poderes e faz pesquisas a fim de se tornar um mutante. Ao mesmo tempo, Charles trava uma amizade com Mystica ( Jennifer Lawrence), e tornam-se melhores amigos. O tempo passa, e estamos em 1963, em plena Guerra Fria. Charles salva Erik, que tenta inutilmente matar Shaw, e começa aí uma grande amizade. Mas Shaw tem a raiva dentro de si, e isso fará com que ele tome outros rumos na vida.
Mathew Vaughn, o Diretor, foi convidado por Bryan Singer, após o sucesso de " Kick-ass". Vaughn fez um bom trabalho, mas infelizmente, o filme peca pela falta de ritmo em várias cenas, e os efeitos especiais em alguns momentos soam preguiçosos e toscos. O roteiro tem falhas, mas nada que irá prejudicar o bom entendimento da trama. De positivo, a presença de atores tarimbados como James Macvoy, Kevin Bacon, Jennifer Lawrence e Michael Fasbender. Existe um cameo de Hugh Jackman, em participação não creditada, porém divertida.
Pelo que se percebe no desfecho, o filme terá várias outras continuações. Tomara ganhe mais dinâmica nas próximas investidas.

Nota: 7

A garota morta


" DeadGirl", de Marcel Sarmiento e Gadi Harel (2008)

2 amigos de faculdade, Rickie e JT se sentem frustrados por não conseguirem nada com as garotas. Ambos também possuem poucos amigos. e são anti-sociais. Um dia, perambulando por um local ermo, eles descobrem um asilo abandonado, que outrora foi um sanatório mental. Ao vasculhar o local, ouvem sons estranhos vindo de dentro de um galpão. Ao abrir o galpão, descobrem que existe uma garota amarrada, aparentemente morta. Porém, ela não está morta. Os dois se mostram assustados de início, mas logo JT passa a se aproveitar da moça. A estupra diversas vezes, e sempre retorna ao local. Rickie não concorda com a atitude do amigo. Logo JT traz outros amigos, para que todos se aproveitem dela. Paralelo, Rickie tem uma paixão platônica por uma colega de faculdade.
Interessante e controverso suspense, uma produção de baixo orçamento, mas muito bem conduzido. O elenco está ótimo, o clima sugerido pelos diretores também funcionam a contento. Tecnicamente o filme é bom, considerando o parco orçamento que tiveram. É um filme de teor polêmico, devido a cenas de necrofilia e estupro. Não é para qualquer um, e pode chocar sensivelmente quem não curte filmes masoquistas.

Nota: 7