sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Sentidos do amor


" Perfect sense", de David Mackenzie (2011)

Michael (Ewan Macgregor) é um chefe de cozinha de um restaurante refinado. Susan (Eva Green) é uma epidemiologista. Ambos se conhecem e vivem um namoro sem maiors envolvimentos emcoionais, especialmente por parte de Michael, que não quer se prender a ninguém. Vivendo a rotina diária, um dia, eles se deparam com um evento que muda a vida das pessoas. Do nada, a humanidade perdem o sentido do olfato. Temerosos de início, todo mundo vai aos poucos se acostumando com a idéia de não sentirem mais cheiro. Porém, na sequencia, outras perdas de sentidos vão ocorrendo, trazendo o desespero e a necessidade das pessoas se aproximarem e esquecerem o seu egocentrismo e independência.
Belo filme, em tom de parábola, e que me lembrou bastante o recente " Não me abandone jamais", por conta do tema do amor não consumado devido a chegada eminente da tragédia. Um filme em tom apocalíptico, que fala sobre o desamor, sobre a falta do encantamento. O roteiro mescla fantasia e ficção: por conta do tom fantástico, não fiquei tão incomodado assim quando as pessoas vão perdendo os seus sentidos. Na vida real, rolaria muito desespero, por isso acho engraçado quando, ao perderem a audição, as pessoas começarem a se comunicar através da linguagem dos surdo-mudos, numa boa.
O filme vai em um crescendo de evetos trágicos, e a sua fotografia escura, em tons cinzas, vai reforçando a idéia de fim de mundo. Curioso notar que tudo isso vem embalado por uma história de amor.
Ewan Macgregor está bem, e a surpresa vem da parte de Eva Green : me lembro dela ainda fresca e virginal em " OS sonhadores", e vê-la aqui, já uma mulher madura, é curioso.
A direção de arte é excepcional, pensando que o filme não deve ter tido muito orçamento. A cena das pessoas comendo tudo o que encontram pela frente chega a ser patética, chegando ao limite do tosco.
O ritmo do filme é lento, e a trama, de certa forma, previsível.
Mas vale pela curiosidade de assistir a um filme apocalíptico sem mortes e sem sangue.
Interessante notar que o diretor David Mackenzie, que também dirigiu " Jogando com o prazer", com Ashton Kutcher , adora o tema do amor impossível, incomum, a falta de comunicação entre as pessoas.


Nota: 7

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