terça-feira, 4 de junho de 2013

A datilógrafa

"Populaire", de Régis Roinsard (2012) Comédia romântica sensacional, feito com extremo carinho e competência por toda a equipe técnica do filme. No ano de 1958, Rose ( Deborah), uma jovem do interior, sai de casa para tentar a sorte numa cidade maior. ela se emprega como secretaria de Louis (Roman Duris), um administrador que a contrata por ela digitar rápido. Ele a inscreve em um concurso de velocidade de datilografia, uma forma dele resolver traumas familiares. Mas ambos se apaixonam, apesar dele não admitir isso e manter sua fama de carrancudo. Há muito tempo não via um filme com tanto esmero na fotografia, direção de arte, figurino, maquiagem, roteiro, e ao mesmo tempo, me remetesse a uma época como se estivesse vendo um filme de outrora. O cuidado é extremo. Até a trilha sonora, saborosíssima, remete a isso. A caracterização dos personagens me lembrou "O pequeno Nicolau": o desenho dos tipos chega na caricatura, mas mantendo um realismo que sai do pastelão. E mais: enxerguei o tempo todo um filme com a Audrey Hepburn! Ela faria o filme como ninguém! Mas Deborah François manda super -bem em sua composição, atuando com extrema competência. Fiquei pasmo ao pesquisar no IMDB que ela é a mesma atriz dos dramáticos "A criança" e "O monge", duas atuações tensas. Roman Duris é perfeito no papel, e todo o elenco de apoio, incluindo Berenice Bejo e Miou Miou, estão ótimos. OS diálogos são primorosos: "Os Estados Unidos são para Negócios, a França é para o Amor!" é a minha frase preferida. Muitas cenas antológicas, um trabalho de câmera esplêndido. A tentação do diretor Régis Roinsard em querer fazer um filme como se tivesse sido feito na época, só é quebrado numa única cena, primorosa: a cena da noite de amor do casal. Que cena brilhante, em termos de direção e fotografia! Torci, me emocionei, até soltei uma pequena lágrima. Um filme maravihoso, que merece ser visto por todos. Nota: 10

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