segunda-feira, 29 de julho de 2013

Quarta divisão

"Quarta divisao", de Joaquim Leitão (2013) Raro exemplar de filme português que conjuga filme comercial com filme de qualidade. A cinematografia portuguesa, pelo menos a que temos acesso, é composta basicamente de filmes de ate e circuito restrito. "Quarta divisão" busca o seu encontro com o grande público, mais precisamente com o cinema de Hollywood. O filme narra a rotina da quarta divisão da Políçia civil em Lisboa, comandados pela mão dura da policial e sub-comandante Helena (uma atuação excelente de Carla Chambel, que tem traços de Audrey Taotou). Um dia, ela se vê as voltas com o desaparecimento de um menino classe média alta de 9 anos. O que parecia um simples sequestro, se transforma em uma rede de pedofilia e violência doméstica. Com uma temática e dinâmica muito semelhante ao francês "Polissia", de Maiwen, que também retrata a rotina policial com pedofilia e violência do lar, "Quarta divisão" tem em seu elenco e fotografia o seu ponto forte. Os atores são otimos, dando credibilidade aos personagens. Mesmo Paulo Pires ( que ja foi galã da Globo) empresta o ser ar de galã para o seu poderoso dono de banco e ex-juiz. O roteiro tem falhas, algumas inverossimilhanças que querem fazer o filme andar, e que me causaram estranheza pela falta de apuro. A história procura provocar reviravoltas o tempo todo, sempre indo para uma pista falsa, e isso prejudica o foco central da história, que se resolve cedo demais e que na sequência, perde sua força pelo andamento quase novelesco da trama. O filme quase que se transforma em "A caça, filme de Thomas Vintermberg que fala sobre pedofilia e execração pública, mas obviamente sem chegar no mesmo nível. A edição e trilha sonora também São dignos de nota, porquê funcionam muito bem e fazem o espectador querer seguir a história. Ponto positivo para o filme, que mostra que os portugueses também sabem fazer filmes de ação e com qualidade. Só faltou um roteiro mais consistente. Nota: 7

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