quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Bastardos

"Les salauds", de Claire Denis (2013) Sou um grande fã do cinema de Claire Denis: sempre instigante, perturbador, sinistro, vanguarda. Pode-se não gostar de seus filmes, mas é inegável que ela é uma artista em busca de novas linguagens. Filmes com poucos diálogos, de planos longos, oníricos. Sexo e violência sempre caminhando de forma perturbadora. O espectador nesse filme, assim como eu, fica muito confuso com a narrativa que segue em tempo descontínuo. Muitas situações não ficam claras: o que é a cena dos soldados encontrando a bicicleta do menino, por ex? Aonde ela se encaixa? Vincent Lindon (Marco) , excelente no papel, é um capitão de barco que abandona tudo para poder ajudar sua irmã, cujo marido se suicidou e cuja empresa está falida. A filha dela está desaparecida e pode estar envolvida em rede e prostituição. Marco resolve alugar um apto no prédio do poderoso Laporte, que pode estar evolvido no suicidio e no sumiço da menina. Ele acaba se envolvendo com Rafaelle (Chiara Mastroiani), amante de Laporte, para poder descobrir respostas para tantos mistérios. Como em um filme de David Lynch, é melhor o espectador desistir de fazer conexões e tentar descobrir o que está acontecendo, e se entregar ao clima de mistério que permeia o filme. Os planos, a trilha sonora ( de Stuart Staples, parceiro habitual de Denis) , que compõe uma sonoridade assustadora e a belíssima fotografia, em tons escuros, às vezes a gente não enxerga nada mesmo. É um filme quase experimental, mas que vale ser visto com interesse por qualquer cinéfilo que se preze e que se interesse por algo diferente. Nota: 7

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