domingo, 12 de janeiro de 2014

Felicidade

"Gluck", de Doris Dorrie (2012) Que lindo esse filme da Cineasta alemã Doris Dörrie! Comecei a ver e preguei os olhos da primeira a última cena. Ela mantém aquele mesmo olhar lírico e poético de seu filme anterior, 'Cerejeiras em flor". Fala de novo sobre o amor entre pessoas tão distintas. Usando uma fotografia esplendorosa e uma trilha sonora belíssima e encantadora, o auge da perfeição vem da dupla de atores principais. Alba Rohrwacher, extraordinária atriz italiana de "Um sonho de amor", "A bela que dorme" e "Solidão dos números primos" e Vinzenz Kiefer , de "O grupo Baader Meinhof", presenteiam o espectador com performances formidáveis e intensas. Chorei muito no fim. Irina é uma refugiada de País de Leste Europeu, que sobreviveu a uma tragédia. Ela vai até Berlin, e se prostitui para poder sobreviver. Um dia ela conhece Kalle, um jovem punk que habita as ruas, junto de seu cão Boris. Os dois se comunicam através de olhares e se conectam com os passados trágicos. Ela o convida para morar com ele, e a partir daí, vivenciamos momentos de alegria e de dôr, de amor e de tristeza, até culminar em um desenlace inesperado. Os 15 primeiros minutos do filme, contando a trajetória de Irina, me lembrou muito aqueles dez minutos de "UP, altas aventuras". Você é apresentado a história de um personagem através de imagens clipadas, sem diálogos. É primoroso e contundente. Aliás toda a primeira parte do filme é assim, minuciosa, envolvente, só em olhares. A reviravolta da história enfraquece um pouco a trama, mas logo retoma seu rumo. Berlin é um absurdo de beleza cinematográfica, e as lentes do fotógrafo Hanno Lentz, mesmo de "Cerejeiras em flor", mostram a poesia do olhar. Lindo, lindo, lindo. Nota: 9

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