sábado, 8 de fevereiro de 2014

Plumas na minha cabeça

"Des plumes dans la têtee", de Thomas de Thier (2003) Drama belga intenso e doloroso, sobre um casal que perde um filho. A mulher reage de forma catatônica, acreditando que o filho ainda está vivo, e age normalmente como se ele estivesse lá. O marido se revolta com a situação e cria um mundo de agressão para ele e para a esposa. O filme tem uma fotografia esplendorosa, registrando todo o luto do casal com uma cor vibrante, aliado a planos filmados de natureza predadora: insetos, animais que se matam, pântanos assustadores, etc. O trabalho da atriz Sophie Musuer, no papel da mãe, é muito bom. Ela percorre o filme todo quase que em silêncio, se comunicando através de olhares, ora tristes, ora alegres e melancólicos. Esse filme é de 2003, e é incrível a semelhança dele com "Anticristo", de Lars Von Trier, que veio depois. O casal transando, o filho desamparado. O luto da mulher, aqui expresso de forma mais alegórica e menos violenta e gótica do que no filme de Trier. A direção valoriza o trabalho dos atores, usando a imagem cinematográfica como linguagem do filme, que se apropria de poucos diálogos. Olhares, sorrisos, gestos, quase sempre mudos, mas que dialogam com o espectador em termos de emoção. A considerar o ritmo bem lento, dando a dimensão do tempo e da tristeza. Nota: 8

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