domingo, 2 de fevereiro de 2014

Uma família em Tokyo

"Tokyo Kazoku", de Yoji Yamada (2013) Porquê alguém se dá ao direito de refilmar um dos grandes filmes da história do cinema, considerado entre os 10 melhores filmes de todos os tempos? Ozu, em 1953 dirigiu "Era uma vez em Tokyo", uma obra-prima incostentável. Yoji Yamada dirigiu em 2012 a refilmagem e a lançou no Festival de Berlin. A história é a mesma: um casal de idosos parte de sua cidade natal ate Tokyo para visitar seus 3 filhos. Porém, mesquinhos, os 3 não dão muita atenção aos pais. Cade a Noriko, namorada do mais jovem dos filhos, dar amor e compaixão aos idosos. Até que uma tragédia abala a estrutura familiar. O filme de Ozu já havia ganho 2 refilmagens, uma italiana e outra alemã: "Estamos todos bem", de Giuseppe Tornatore, e "Cerejeiras em flor", de Doris Dorrie. Ou seja, a história já meio que ficou batida. Yamada, um Cineasta consagrado, já havia dirigido, entre outros, "O samurai do entardecer", um ótimo filme sobre a melancolia de ser um samurai. Aqui, ele se utiliza da linguagem de Ozu ( planos fixos, câmera baixa) e presta a sua homenagem ao Mestre. Mas no geral, fica-se uma eterna sensação de deja vu. Ressalto que tecnicamente o filme é impecável: fotografia, trilha sonora, figurinos. O elenco é todo excelente e cumprem bem os seus papéis. O ritmo é bem lento, o filme é longo. Nem a modernidade proposta pelo filme em relação ao filme original (celulares, gps, videogames) rendem boas piadas sobre conflitos de cultura e gerações. Vale como nostalgia, mas na dúvida, fique com o original. Nota: 7

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