domingo, 20 de abril de 2014

Azul e não tão rosa

"Azul y non tan rosa", de Miguel Ferrari (2012) Grande vencedor do Festival de Cinema Goya 2014, com o prêmio de melhor filme Íbero-americano, concorrendo com pesos peados como "Gloria", esse drama com tintas de tragicomédia venezuelano conquista o espectador pela sua semelhança com a cinematografia de Almodovar. Por mais que o cineasta Miguel Ferrari diga que o filme tem um caráter autobiográfico, sobre sua relação com seu pai, é impossível não chamá-lo de uma versão masculina de "Tudo sobre minha mãe", ou seja, "Tudo sobre meu pai". O Universo é o mesmo: gays, travestis bizarros, família anárquica, trilha sonora com clássicos do tango, shows com transformistas e sobretudo, muito melodrama, excessivo ate, mas sempre com aquele gostinho de tragédia bem humorada. Todos os clichês que existem no cinema melodramático existem aqui: chuva em clímax, bullying com gays, descoberta da sexualidade, pista de dança, modelos fotográficos, a transformista que dá lição de moral. Mas apesar do exagero, o filme tem qualidade suficiente para conquistar o espectador mais rabugento. Os pontos fracos: elenco desigual, roteiro que aponta para vários sub-plots ( o roteirista quer abraçar o mundo), filme longo, que poderia ter meia hora a menos. Diego é um fotógrafo de moda, que namora Fabrizio, um obstetra. Numa noite, Fabrizio é atacado por um grupo homofóbico e acaba morrendo. AO mesmo tempo, Diego recebe por um mês a visita de seu filho de 15 anos, que ele não vê a 5 anos e que desconhece a sexualidade do pai. Algumas cenas bem divertidas, drama excessivo em outros momentos. O diretor faz o que pode com o roteiro que tem, mas acerta no carinho com os seus protagonistas. Destaque absoluto para a atriz Hilda Abrahamz, que faz a transformista Delirio del Rio. Assisti o filme todo achando que era um travesti, e descubro que é uma mulher mesmo, só que de tão botocada, ficou com cara de traveca. Hilário e maravilhosa performance. Nota: 7

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