quinta-feira, 15 de maio de 2014

Última sessão

"Derniere seance/Last screening", de Laurent Achard (2011) Viver e morrer pelo Cinema. Com essa premissa, o cineasta independente francês Laurent Achard faz a sua metáfora do amor incondicional ao cinema através do gênero terror. O filme narra a história de Sylvain, um funcionário de um cinema de arte que está para fechar as portas por falta de clientela. Seu dono vai vender o local, mas Sylvain não aceita. No sob-solo, onde ele mora, existe um altar onde ele coloca a foto de sua falecida mão. Sylvain na verdade é um serial killer que mata mulheres que usam brincos. Ao longo do filme, e de flashbacks dele criança, vamos descobrindo o motivo de seu trauma. Um filme genial, realizado por um cineasta cinéfilo. Durante o filme todo vemos referências a vários filmes, seja através de cartazes, seja através de enquadramentos e situações. O mestre Hicthcock é referência certa. mas o filme mais mais além. Filmado com uma cor e ambientação como se fosse um filme antigo dos anos 70 ou 80, é justamente aí que o filme faz homenagem aos filmes B de terror. Pegando os filmes "Peeping Tom" e "Maníaco", o cineasta se utiliza do terror gore e da questão do voyuerismo, um tema recorrente nesses 2 filmes citados. O assassinato através de espelhos, vidros. Algumas cenas ao extraordinárias e bem concebidas. A linguagem se baseia em planos longos, estáticos e em close ups. em uma cena genial, vemos um assassinato dentro de uma van, e do lado de fora da janela, chove. Durante a cena, ouvimos gritos desesperados e agonizantes da vítima. Essa cena é um primor. A atuação de Pascal Cervo, no papel de Sylvain, também merece destaque. Ele está soberbo fazendo um papel minimalista e baseado em olhares, sem se tornar um estereótipo do serial killer. Curiosa ironia que um dos locais de assassinato, o sob-solo, tenha como poster na porta o cartaz de "Playtime", de Jacques Tati. Nota: 9

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