domingo, 22 de junho de 2014

Bastardos

"Los bastardos", de Amat Escalante (2008) O cineasta espanhol/mexicano Amat Escalante é pouco conhecido no Brasil, mas no entanto, ele ja ganhou vários prêmios internacionais e é um dos queridinhos do Festival de Cannes. Até 2005 ele era Assistente de direção do mexicano Carlos Reygadas, e daí resolveu dirigir seus filmes. Reygadas o ajudou nessa empreitada, e seus 2 primeiros filmes, "Sangre" e "Bastardos" foram exibidos na Quinzena dos realizadores. Seu último filme "Heli", ganhou a Palma de Ouro de melhor direção em Cannes 2013. Infelizmente, "Heli" foi lançado aqui no circuito e quase ninguém o viu. Escalante tem uma linguagem muito próxima ao cinema de Michael Haneke e de seu conterrâneo Michel Franco ( de "Depois de Lucia"). É um Cinema visceral, hiper-violento, de planos longos e angústia massacrante. Ninguém sai incólume dos filmes desses diretores. Em "Bastardos", a história gira em torno de imigrantes mexicanos que moram ilegalmente em Los Angeles. Todos os dias, eles esperam em frente a um prédio para que americanos os recrutem para fazerem serviços braçais pagando uma mixaria. Entre eles, estão Jesus e Fausto. Jesus precisa mandar dinheiro para sua família, e diante do desespero, ele resolve invadir uma casa junto com Fausto naquela noite. Uma direção bem marcada e corajosa. Os planos são muito longos e durante m bom tempo do filme, quase nada acontece. O 1o plano do filme dura mais de 4 minutos e é um plano fixo dos 2 amigos vindo numa estrada desde la do fundo, como formiguinhas, até chegarem em frente da câmera. Nada acontece nesse plano, a não ser a caminhada dos dois. E pois ai vai, nesse registro meio documental, focando e forma fria e sem emoção a rotina desses mexicanos sem futuro e sem esperança, ainda massacrados pelo preconceito dos moradores. Não é um filme para qualquer cinéfilo. É lento, e os 15 minutos finais viram uma loucura desenfreada. Um filme para fortes. Excelente atuação dos atores, naturalistas como manda o figurino. Nota: 9

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