domingo, 3 de agosto de 2014

O estudante

"El estudiante" de Santiago Mitre (2011) Curioso o caminho do circuito exibidor nacional. Esse filme, vencedor de vários prêmios internacionais em 2012, incluindo prêmio especial em Locarno, somente agora, 3 anos após sua realização, conseguiu espaço na programação dos cinemas. Em tempos de manifestantes presos aqui no Rio de Janeiro, esse filme vira uma cartilha sobre a educação poíitica de um jovem alienado que acaba militando em prol do amor de uma mulher e consequentemente pelo seu País. Esse é o filme argentino mais referencial a Godard, principalmente seu clássico "A chinesa". Jovens estudantes que se envolvem com militância e que resolvem discutir o futuro da educação e de seu País.Sem quebra-quebra e se utilizando apenas do discurso, o filme fala sobre amor, paixão e frustração. Orçado em 30 mil dólares, o filme levou 7 meses para ser rodado. Não encontrou financiamento por parte do Governo, e precisou ser rodado aos poucos, em esquema documental. Pablo Trapero foi um dos que apoiaram a produção, por conta de sua amizade com Santiago Mitre, que veio a escrever vários de seus roteiros, entre eles, "Abutres". Roque é um jovem do interior da Argentina que pela terceira vez, tenta cursar uma faculdade. Dessa vez, ele escolheu ciências sociais. O que ele quer: tudo, menos estudar. Namoro, sexo, drogas e rock'roll. Mas ao se deparar com Paula, uma jovem professora, ele acaba se envolvendo nos meandros da política, no caso, a eleição para nova diretoria de professores da Faculdade de Buenos Aires. Aos poucos, ele vai descobrindo que em política, vale tudo, ate mesmo não confiar em ninguém. Fazendo uso de uma trilha sonora estranha, com instrumentos de percurssão, o filme quer provocar discussão sobre educação, ética, sociedade. Se utilizando de não-atores e alguns atores, o cineasta Santiago Mitre cria aqui um drama poderoso para quem se interessa pelo assunto da politica. Para os que não curtem, o filme pode se tornar bastante cansativo. Ele é verborrágico, tem até alguns poucos momentos de humor, principalmente na entrada do personagem do pai de Roque. O elenco todo funciona muito bem. A direção é correta e a fotografia suja, como convém a um filme de formato documental. O ritmo é bastante lento, e o filme é longo, quase 2 horas. Mas é uma ótima pedida para quem gosta de falar sobre o filme após uma sessão com amigos. Nota: 7

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