terça-feira, 23 de setembro de 2014

A era atômica

"L'age atomique", de Héléna Klotz (2012) Dirigido, fotografado e escrito pela francesa Héléna Klotz, "A era atômica" é uma alegoria poética sobre a descoberta do amor adolescente e sobre as incertezas e angústias de quem está chegando na vida adulta. Vencedor do prêmio FIPRESCI em Berlin, o filme toma emprestado a narrativa e imaginário dos filmes de Gus Van Sant e embrulha tudo em formato de filme de arte. Som e imagens brilham ao retratar uma noite na vida de 2 jovens amigos, Victor e Rainer. Vitor é francês, e Rainer é de um país da Europa central. Como 2 emos que circulam em um trem no subúrbio de Paris, onde o seu cartão postal máximo, a Torre Eiffel é vista de muito, muito longe. Ambos se encaminham para um night club, e lá os 2 sofrem frustrações amorosas com suas conquistas ( Reiner com um rapaz, Victor com uma garota). Ao saírem da boite, sofrem bullying de um grupo de jovens riquinhos e por último, demonstram o amor que sentem um pelo outro ao caminharem em uma floresta. Com 67 minutos de duração, o filme é um relato fugaz e desencontrado de almas jovens desesperançadas. Como em um poema de Rimbaud, o que a dupla de protagonistas sente é muita tristeza, desencanto e medo de solidão. Vez ou outra, seus pensamentos vêem em forma de divagações e citações. É um filme muito bonito, melancólico, com excelente trilha sonora e bons atores. O desfecho, na floresta, é poesia pura. Curioso que o filme me faz lembrar a atmosfera do nacional "Os duendes e os fantasmas da morte", de Esmir FIlho, outro belo filme sobre o mesmo tema. Recomendado, apesar do ritmo extremamente lento e do hermetismo da narrativa. Nota: 7

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