sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A ardência

"El ardor", de Pablo Fendrik (2014) O que pode ter dado a idéia ao roteirista e cineasta argentino de mesclar em um mesmo filme "Era uma vez no Oeste", de Sergio Leone, "Tainá, uma aventura amazônica" e "O massacre da serra elétrica" ? Talvez sua formação cinéfila? Homenagear filmes B e o faroeste? Ou talvez fazer um alerta contra o desmatamento da Floresta amazônica através da história de fazendeiros pobres contra grileiros assassinos? Exibido fora de competição em Cannes 2014, esse filme de drama e aventura mereceu da platéia da sala do Festival do Rio, aonde eu o assisti, risadas involuntárias em momentos que deveriam ser de tensão. Só pra constar: o filme tem capangas com caras de maus que só fazem grunhir o filme todo, tem um tigre que só não come o mocinho da história ( Gael Garcia Bernal), um herói sem nome, obviamente, como manda a cartilha do faroeste e além de outras loucuras, os personagens vão se cruzando pela Floresta amazônica como se ela tivesse 200 metros de terreno, tal as coincidências que acontecem. Um fazendeiro pobre (Chico Diaz) e sua filha Vania ( uma homenagem à produtora do filme, Vania Catani?) lutam contra grileiros que querem as terras dele. O personagem de Gael surge misteriosamente para se vingar da injustiça cometida por esses bandidos e faz da selva o seu lar e local de armadilhas. Belamente fotografado, o filme sente muita, mas muita falta de um roteiro consistente, e não um apanhado dos clichês mais óbvios que já vimos em centenas de filmes. O elenco faz o que pode, mas não demonstram carisma, apenas aborrecimento. Ah, qual a referência de "O massacre da serra elétrica"? São 3 segundos de um personagem vestido com máscara e tudo empunhando a serra elétrica , grunhindo contra um inimigo. O mais divertido é que do nada, essa serra desaparece. Nota: 4

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