sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Trash: a esperança vem do lixo

"Trash", de Stephen Daldry (2014) Antes de assistir ao filme, li uma crítica de um conceituado jornal e a jornalista destruiu o filme. E eu pensei: "Nossa, mas ela não deixou pedra sobre pedra. Quanto exagero. O filme não pode ser assim tão desmerecedor de créditos, afinal foi dirigido pelo mesmo cineasta dos excelentes "Billy Elliot", "As horas " e "O leitor". Fora isso, tem no elenco alguns dos melhores atores brasileiros em atividade: Wagner Moura, Selton Mello, Nelson Xavier, Kike Diaz. Jesuíta Barbosa, José Dumont. Do elenco americano, os excelentes Martin Sheen e Rooney Mara. Na fotografia, o brasileiro Adriano Goldman, que é um dos tops mundiais. Na trilha sonora , Antonio Pinto. Qual foi o erro então?" Eu não posso criticar algo sem ver. E munido de todo o tipo de mente e coração abertos para aceitar um filme que foi destruído por mais da metade das críticas que li. Mas aí.... Eu fico com ódio dessa tal das "Boas intenções". Que gente chata esses politicamente corretos, não? Quantos filmes poderiam ter sido salvos, se tivessem deixado de lado as "Boas intenções" dos autores? Como explicar que, com tanta gente boa, o filme não acontece em momento algum? Em primeiro lugar: a síndrome de "Cidade de Deus". O filme começa e termina com a mesma estrutura do filme de Fernando Meirelles. Um flashforward, que depois é esclarecido. Fora isso, vários atores foram escalados para fazer parte do elenco: Leandro Firmino, Charles Paraventi, André Ramiro. Sim, na trilha sonora obviamente que tem : O rap da felicidade". Depois, o roteiro: baseado no livro de Andy Mulligan, o filme conta a história de 3 meninos do lixão que encontram uma carteira que contém segredos de um político. O político envia policiais corruptos no encalço dos meninos. E daí por diante, o desfecho fica bastante óbvio. Mas pasmem: a cada segundo, uma situação inacreditavelmente implausível acontece. por ex: um dos meninos, sabe-se lá como, decorou uma carta de uma página e a recita para um presidiário, de forma tão emocionante, que o preso chora. Uma menina, esperando seu pai que marcou com ela no cemitério, passa dias ali, sozinha, abandonada, sem ter o que comer nem nada, aguardando por ele. E o que dizer de menores abandonados que falam inglês muito bem, só para justificar Rooney Mara no elenco? Isso porquê não quero falar dos depoimentos dos meninos para a câmera, que costuram o filme...e nem da impressão de estar assistindo a uma versa brasileira de "Quem quer ser um milionário". Será que o erro foi creditar o filme a 3 meninos desconhecidos e crus? Afinal, são eles que levam o filme todo nas costas. Bom, o final..o final, que me deixou atônito, mudo, bobo, pasmo...ainda tem direito a uma voz off que incita a população a ir nas ruas reinvidicar seus direitos. Black boc já!!!! Quero deixar claro que fiz de tudo para gostar do filme. De verdade.

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