sábado, 1 de novembro de 2014

Antares

"Antares", de Lisabi Fridell (2004) Eu sou aficionado por filmes Austríacos. Desde o filme de terror clássico "Angst", até as obras-primas de Ulrich Seidl, um dos diretores mais viscerais que conheço, autor da trilogia "Paraíso Fé, Esperança e Amor", além de "Import Export"e "Dias de cão". O que existe em comum em todos os filmes? O mundo cão, a realidade nua e crua e pessoas comuns que em suas rotinas , se expõe de forma brutal para os espectadores. Sexo explicito e violência são elementos comuns a todos os filmes. Os atores são muito intensos e se entregam por inteiro aos personagens. Em "Antares", acompanhamos 3 histórias que se passam em um conjunto habitacional do subúrbio da Austria, frequentado pela classe média baixa. Assim como nos filmes de Robert Altman, as historias se entrecruzam. Uma hora um personagem é protagonista de uma trama, em outro ele vira figurante. Mas talvez a melhor comparação seja com "Amores perros". A premissa é a mesma: um acidente de carro junta todos os personagens. Na 1a história, uma família feliz. Mas a aparição surpresa de um ex-amante na cidade faz com que a esposa, uma enfermeira, traia sue marido e se coloca em grande conflito quanto à sua felicidade. A 2a história é sobre uma caixa de supermercado que mente pro namorado que está grávida, somente para poder manter a relação. Extremamente ciumenta, ela bota tudo a perder. Até sua vida. Na 3a história, um corretor de imóveis tenta reatar sua relação coma esposa, mas devido à sua violência, ela o recusa. A direção de Götz Spielmann favorece o ator em relação à parte técnica. Os movimentos de câmera são raros, vez ou outra rola uma pan. Os atores são as verdadeiras estrelas do filme. Muitas cenas de sexo, nudez total e despojamento de todo o elenco para as cenas exigidas. A costura das histórias é muito bem feita, a montagem cria uma expetativa muito grande em relação às cena,s que revistas por outro ângulo, tomam um novo significado. O filme ganhou alguns prêmios em Festivais internacionais, e é uma pena que filmes assim não encontrem mercado exibidor. É um filme triste, que mostra personagem sempre no limite, um futuro pouco promissor, e as imagens dos prédios do condomínio mais parecem uma grande prisão, sufocando os personagens. Nota: 8

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