segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A boa mentira

"A good lie', de Philippe Falardeau (2014) Dirigido pelo cineasta canadense Philippe Falardeau, que realizou em 2011 o indicado ao Oscar " O que traz boas novas", "A boa mentira" é baseada numa trágica e edificante história real. Em 1986, no Sudão, uma guerra civil dizimou boa parte da população. Entre os sobreviventes, muitas crianças e jovens, que tentaram fazer uma longa caminhada até o Campo de refugiados no Quênia, a milhares de distância a pé. Entre os sobreviventes, está a familia de Mamere: são cinco irmãos no total. durante a caminhada, Theo, o irmão mais velho, para salvar a vida de todos, se entrega para os guerrilheiros. Os anos se passam e no ano de 2000 a família de Mamere consegue visto para trabalhar nos EUA, mais precisamente em Kansas. Chegando lá, eles são recebidos por Carrie ( Reese Whiterspoon), uma assistente social que os ajuda a arrumar emprego. Porém a irmã deles é obrigada a se separar e vai para Boston. Os irmãos tentam a todo custo trazer a irmã para vir morar com eles. E Carrie vai perdendo aos poucos o seu mau humor e vai ajudando os irmãos na empreitada. Filme bem açucarado, perfeito para um sessão da tarde, essa fábula edificante se baseia na história dos irmãos chamados de "Os últimos órfãos do Sudão". No entanto, 2 filmes vinham o tempo todo na minha cabeça : "O clube da felicidade e da sorte" e "A cor púrpura". Do primeiro, vem a questão da separação de uma família por causa da guerra, e posterior imigração para os Eua. Do segundo, a separação dos irmãos e a esperança de que eles se reencontrem no final. O mais louco nesse filme, é que toda o material de divulgação de imprensa tem Reese Whiterspoon como protagonista, e ela é secundária! Os protagonistas são os excelentes atores sudaneses, tantos as crianças quanto os adultos, dando show de espontaneidade e carga dramática pros americanos. Com economia de gestuais, e usando os olhares, os sudaneses carregam dentro de si o conflito armado que deixou marcas perpétuas neles. Por isso tanta intensidade na interpretação. O filme tem um prólogo enorme, que conta a trajetória dos irmãos enquanto crianças. A trilha sonora é composta de sons regionais e é bem discreta. A violência do filme também é amenizada para não afugentar os espectadores. Não é melhor que seu filme anterior, "O que traz boas novas", mas o cineasta Philippe Falardeau continua querendo mostrar com seus filmes, que o mundo, mesmo tão diferente, é apenas um só. Nota: "

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