domingo, 28 de dezembro de 2014

Foxcatcher- Uma história que chocou o mundo

"Foxcatcher", de Bennett Miller (2014) Em "Capote", o cineasta Bennet Miller reinventou Philiph Seymour Hoffman com uma atuação magistral que o tirou do universo dos filmes independentes e o trouxe para o mainstream, através do Oscar que o ator ganhou pelo filme. Agora em "Foxcatcher", Miller pega 3 atores do cinemão de Hollywood e os reinventa totalmente, fazendo papéis que com certeza transformarão suas carreiras. Passeando livremente entre filmes de drama e comédia, atuando bem nos dois gêneros, Steve Carrel, Channing Tatum e Mark Ruffalo brilham em casa segundo do filme. Baseado na historia real do assassinato de Dave Schultz, ocorrido em 96. O herdeiro multimilionário John du Pont (Steve Carrel), de temperamento bipolar, resolve bancar um time de lutadores de luta greco-romana para que eles sejam os próximos vencedores das Olímpiadas de Seul, em 88. Entre os integrantes do time, estão os irmãos Schultz: Mark ( Tatum) e Dave (Ruffalo). Obsessivo e paranóico, Du Pont não aceita derrotas nem confrontos. criado por uma mãe super possessiva e dominadora (Vanessa Redgrave), Du Pont vai a cada derrota do time criando um temperamento mais violento e esquizofrênico, o que resulta no assassinato a sangue frio de Dave. O nome do filme, "Foxcatcher", se refere à Fazenda onde Du Pont construiu um centro de treinamento de primeiro mundo e onde ele abrigava os atletas. Era o nome também que ele deu à sua delegação, 'Foxcatcher team". A direção de Miller segue os passos de "Capote": lenta, construindo aos poucos o brilhante arco dramático dos 3 personagens. O filme é longo, quase 135 minutos, e essa lentidão na narrativa pode provocar tédio nos espectadores. Mas quem se aventurar a enfrentar o flme todo irá acompanhar uma Direção incrível, que acabou ganhando a Palma de Ouro de Direção em Cannes 2014. São belas cenas de treinamento, lutas e principalmente, atuação dos atores. A composição fisica e de maquiagem de Carrel é que pode estranhar. Assim como Nicole Kidman e seu nariz em "Aa horas", também fica impossível não prestar atenção nas narinas de Carrel. Mas a sua composição está diferente de tudo o que ele já fez. Curioso, fui procurar saber em entrevistas de onde veio a idéia de escalar o comediante para um papel tão complexo e brutal. Li que o agente de Carrel propôs o nome, e que o Diretor aceitou prontamente, inclusive sem chamar Carrel para fazer um teste. Miller quis escalar alguém que não fosse óbvio, assim como o personagem Du Pont. Que fosse carismático, encantador, e que se revelasse aos poucos. Afinal, a sua figura deveria representar um pai para o personagem de Mark. E além disso, Carrel tem uma cena emblemática onde ele faz um embate com Vanessa Redgrave. E vamos combinar, não é qualquer ator que teria culhão para segurar a grande estrela do cinema inglês. O filme me lembrou bastante o longa "O vencedor", que fala do amor e conflito de dois irmãos lutadores, interpretados por Mark Walhberg e Chrstian Bale. Tatum está num mesmo nível de Bale, inclusive com uma cena muito forte onde ele desabafa seu ódio se estapeando e quebrando a cabeça no espelho. Uma pena que todas as indicações a prêmios estejam indo para Carrel e para Ruffalo. Nota: 8

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