domingo, 12 de abril de 2015

O caminho para casa

"Wo de fu qin mu qin/ The road home", de Zhang Yimou (1999) Vencedor de vários prêmios, entre eles o Urso de prata em Berlin 1999, e Melhor filme estrangeiro em Sundance na mesma época, "O caminho para casa"é um resgate sobre a memória e a tradição que insiste em se manter vivo. Claramente inspirado no sucesso do filme "Titanic", na China ( onde foi uma das maiores bilheterias de todos os tempos", "O caminho para casa" se apoia na estrutura do filme de James Cameron, onde aliás ele homenageia através de um poster do filme dentro da casa da mãe do personagem. A história de um amor trágico e exacerbado; a trilha sonora à base de flautas; a divisão do filme em 2 épocas: passado e presente; um acerto de contas. Dirigido por um dos cineastas mais aclamados da história, Zhang Yimou, também responsável pelos famosos:"Herói", "O clã das adagas voadoras", "Lanternas vermelhas", Amor e sedução"entre outros, Yimou tem a grande força de saber contar uma história através de imagens espantosamente belas. O seu cinema possui um grande apuro estético e visual, sem ser publicitário. Ele extrai o melhor das locações e de sua equipe técnica: fotografia, direção de arte, figurino...tudo incrivelmente belo e encantador, à serviço de contar uma história de amor pura e verdadeira. O que mais interessa ao filme não é saber a sua história, e sim, como ele conta essa história, carregada de simplicidade, porém com uma força brutal de cinematografia. Ambientada em 1958, em uma pequena cidade do interior da China rural, onde uma jovem camponesa , Zhao Di ( Zhang Yiyi) , conhece um jovem professor, que vem da cidade grande para lecionar em uma pequena escola. O filme é narrado pelos dias de hoje, através do personagem do filho deles, que veio para o funeral do pai. A sua mãe deseja seguir a tradição e fazer o enterro com o corpo sendo levado a pé e não por carro, apesar das pessoas serem contra. Não existem palavras para descrever tamanha beleza e encantamento que esse filme proporciona. Cada plano, cada cena composta de forma como se cada frame fosse um quadro, uma moldura. Yimou, como poucos diretores, sabe onde colocar a sua câmera. Sensibilidade não lhe falta, inclusive para dirigir os atores, todos muito econômicos porém soberbos. Se comunicando muito através de olhares, os personagens cativam o espectador. Muitas cenas antológicas, e o agradecimento por Yimou ter descoberto essa grande atriz Zhang Yiyi. Lágrimas rolam solto durante vários momentos do filme, que não se envergonha de forçar o choro do espectador. Melodrama em estado puro e sincero. Nota: 10

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