domingo, 5 de abril de 2015

Phoenix

"Phoenix", de Christian Petzold (2014) Em 2012 o cineasta alemão trouxe um dos filmes mais pungentes sobre a divisão da Alemanha durante o comunismo. Agora em "Phoenix", ele realiza um filme com pegada Hollywoodiana, mas mantendo o mesmo padrão de qualidade artística e técnica. É impossível assistir ao filme e não se lembrar de "Um corpo que cai", de Hitchcock, e de "Time", do coreano Kim Ki Duk. Ambos os filmes estão muito presentes na idéia central da história e do drama dos personagens. Finda a 2a guerra mundial, Berlin está ocupada por americanos. Nelly (Nina Hoss, do outro filme do diretor, "Barbara") uma sobrevivente dos campos de concentração, está com o rosto desfigurado, por conta de um trágico incidente durante a sua permanência por ali. Ela é ajudada por Lena, também sobrevivente e que trabalha como Agente para a ocupação dos judeus na Palestina e Israel. Nelly era uma ex-cantora e cantava com seu marido pianista, Jonnhy (Ronald Zehrfeld, também de "Barbara"). Ela foi presa, e ele, escondido, a viu sendo levada pelos oficiais e nada fez. Segundo Nelly, o seu amor por Jonnhy é o que a salvou de morre, pois ela pensava o tempo todo em voltar para os seus braços. Mas Lena a faz crer que Jonnhy armou tudo para ficar com a herança de Nelly. Contra a vontade de Lena, Nelly se reencontra com Jonnhy, que trabalha em um cabaré, Phoenix. Mas Jonnhy não a reconhece, e pior, a usa para poder receber a herança. Ele muda o visual da "falsa Nelly" para que ela seja exatamente igual à sua esposa. Ainda apaixonada, Nelly se sujeita a essa transformação, para trazer de volta quem ela realmente era. Mas o que ela não imaginava, era que esse retorno fosse emocionalmente avassalador. Roteiro primoroso, que se apropria do que de melhor havia nos 2 filmes citados como referência. Tecnicamente o filme é brilhante"fotografia, direção de arte e figurinos. A maquiagem que vai trazendo "Nelly" de volta também é um primor. Christian Petzold é excelente diretor de atores, e mais do que nunca, na extraordinária e pungente cena final, ele extrai dos 2 atores uma performance assustadoramente reveladora. Soltei lágrimas. Um filme para ser visto e apreciado. Melodrama sim, mas da melhor qualidade. Nota: 8

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