Aqui comento os filmes que assisto...mas sem muito saco de teorizar demais..somente comentando o básico: se gostei ou não hehehe (Comento apenas filmes vistos a partir de Outubro de 2010)
domingo, 26 de abril de 2015
Vidas amargas
"Vidas amargas", de Elia Kazan. Adaptação do livro de John Steinbeck, "A leste do Eden", onde ele faz alusão à história de amor e ódio entre Caim e Abel, o filme ao ser adaptado para o cinema ficou imortalizado pela performance de James Dean. Não que o filme em si não mereça créditos: é uma obra-prima, a começar pelo roteiro, os diálogos brilhantes, a fotografia e os enquadramentos. Falar da direção de Elia Kazan e a performance do elenco é chover no molhado. Kazan sempre foi considerado um excelente Diretor de atores. Porém, com a delação que ele fez de colegas artistas durante o Macartismo, custou-lhe a credibilidade. Nunca mais ele foi visto com os mesmos olhos. E olha que ele dirigiu inúmeras obras-primas: "Clamor do sexo", "Um bonde chamado desejo", "SIndicato de ladrões", etc.
O filme causa um enorme impacto visual já pelo uso do Cinemascope, um formato de tela panorâmica que foi totalmente pensada por Elia Kazan ao desenhar o seu filme. As locações, as marcações em cena. tudo tudo foi muito bem estruturado.
O filme se passa na 1a guerra, em 1917, antes dos Estados Unidos entrarem na Guerra. Em uma região da Califórnia, Salinas, moram Abram, Cal ( James Dean) e Aaron. Abram cuidou de seus filhos desde que sua esposa fugiu. Os dois irmãos rivalizam o amor do pai, mas Abram só ama Aron, que se parece bastante com ele. Cal é rebelde, e se parece demais com a mãe. O pai sempre disse que ela estava morta, mas Cal descobre o paradeiro dela: ela é uma cafetina e ganha dinheiro em seu salão. Cal quer o amor dos pais, mas nenhum lhe dá atenção.
Brilhante do primeiro ao último plano, o filme é um colírio para os olhos em todos os sentidos: locação, fotografia e a beleza contagiante de James Dean, que magnetiza todas as atenções para si.
Muitas cenas antológicas e um roteiro que faz do melodrama clássico a sua mola mestra, alternando com momentos de fino humor. Trágico, lírico, poétco e apaixonante. Cenas em planos-sequências. Cenas com enquadramentos ousados ( tortos, etc). E uma cena instiigante: quando Cal está balançando em um balanço, a câmera entorta para os dois lados. Saí chorando do filme de tanta força e emoção criativa que o filme possui. Vencedor do Globo de Ouro melhor filme em 56, Oscar de melhor atriz coadjuvante para Jo Van Fleet ( por uma única cena) e Melhor filme de drama em Cannes.
Nota:10
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