quarta-feira, 1 de julho de 2015

O gorila

"O gorila", de José Eduardo Belmonte (2012) Exibido em 2012 no Festival do Rio, de onde saiu com os prêmios de Melhor Ator ( Otavio Muller) e Atriz coadjuvante (Alessandra Negrini) , somente agora, 3 anos depois, o filme entra em circuito. E mesmo assim, em 1 única sala, o que demonstra o caráter autoral de seu Cineasta. Nascido em Brasília, Belmonte sempre teve associado o seu cinema a uma linguagem experimental e bem autoral. Premiado em vários Festivais, os filmes quando entraram em circuito não obtiveram o mesmo sucesso. Somente com "Billi Pig" e "Alemão", Belmonte pode saborear o Cinema comercial. Controversos, os seus filmes sempre entram em polêmica entre os Cinéfilos. "O gorila" está entre suas obras mais referenciais a um Cinema de gênero, no caso, o Trillher psicológico. E claro, o que não pode faltar é a Figura da "femme fatale", defendida com êxito por Alessandra Negrini e Mariana Ximenes. Otavio Muller também demonstra o seu grande potencial de ator camaleônico, absorvendo uma identidade de Franz Kafka do tipo "aonde estou", isso após brincar com fogo. Afrânio, o seu personagem, é uma figura solitária que mora em um cabeção de porco. Ex-dublador de uma série protagonizada por um detetive, Afrânio não consegue às vezes se desvencilhar dessa sua persona fictícia. Por conta disso, ele cria uma segunda identidade, "O gorila", um homem que liga para mulheres solitárias fazendo trotes. Até que um dia, o trote vem até ele, de forma ameaçadora Para quem curte uma homenagem ao Cinema Noir, vai se divertir com as constantes reviravoltas. O filme poderia ter se apegado mais a um cinema realista e menos estilizado, o que às vezes tirou a minha atenção da história. A trilha sonora é recheada de elementos nostálgicos, e a fotografia de Barbara Alvarez confere muita plasticidade e colorido.

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