segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Boulevard

"Boulevard", de Dito Montiel (2015) Drama melancólico que será eternamente lembrado como o último filme de Robin Williams, antes dele se suicidar em agosto de 2014. O mais contundente é, após assistir ao filme, perceber a extrema semelhança entre o estado depressivo de seu personagem, Nolan, e o de Robin Williams da vida real, cujo diagnóstico de depressão só ficou notório após a sua morte. E mais incrível ainda: Williams faz aqui uma de suas mais poderosas performances, longe de qualquer vestígio de veia comica ou mesmo de drama que ele tenha interpretado. Ambientado em Nashville, Nolan é um homem que trabalha a mais de 25 anos em um Banco de esmpréstimos. é um homem educado, amado por todos, certinho, sem nunca ter falhado em nada. Casado com Joy ( Kathy Baker), formam um casal feliz, mesmo dormindo em quartos separados. Mas como diz o ditado, quem vê cara não vê coração. Nolan e Joy são duas pessoas melancólicas. O casamento foi inteiro de facada. Joy ama Nolan, mas o amor dele por ela vem do carinho, não de convivio sexual. Razão: Nolan é um homossexual enrustido. Até que uma noite, voltando do hospital onde ele fora visitar seu pai enfemo, ele quase atropela um garoto, que ele descobre ser um michê. A partir daí, a vida de Nolan vira de cabeça pra baixo: apaixonado platônicamente pelo garoto, ele cede a todos os caprichos dele. E isso definitivamente, atrapalha sua vida conjugal e profissional. Um drama independente, de ritmo lento, mas de performances memoráveis. Williams e Baker conferem momentos sublimes de interação em cena, muitas das cenas silenciosas. O embate final é bem doloroso. Para quem foi fã de Williams assistindo aos seus filmes de aventura ou comédia, aconselho a não assistir a esse filme, pois provavelmente ficarão bastante decepcionados com o personagem que ele interpreta aqui. É um ato corajoso de Williams, talvez já visando o seu destino trágico, e por isso mesmo, se entregando literalmente de corpo e alma para um personagem triste e desmotivado. Bela fotografia e trilha sonora, evocando ainda mais o tom de melancolia que paria sobre o filme inteiro. Nota: 7

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