sábado, 15 de agosto de 2015

Minha mãe

"Mia madre", de Nanni Moretti (2015) Em 2011, enquanto dirigia o filme "Habemus Papam", o Cineasta Nanni Moretti sofreu um revés na sua vida pessoal: a notícia do falecimento de sua mãe. "Minha mãe" vem assim, como uma homenagem óbvia à sua matriarca. Assim como Almodovar em "Tudo sobre minha mãe", Moretti mescla drama e humor para poder superar a perda da pessoa mais importante de sua vida. O filme venceu vários prêmios em Festivais, entre eles o Grande Prêmio do Juri ecumênico em Cannes 2015, e os prêmios de atriz (Margherita Buy), no papel de alter ego de Moretti, a cineasta Margerita, e atriz coadjuvante (Giulia Lazzarini), no papel da mãe Ada. Enquanto dirige o seu mais recente longa que tem como tema a luta de operários contra o dono de uma empresa, Barry ( John Turturro), a cineasta Margherita precisa administrar a sua vida pessoal que está um caos: a filha adolescente que está viajando, o ator americano Barry que dá defeito no set e a sua mãe, ex-professora de latim, que está hospitalizada. O seu irmão, Giovanni ( Nanni Moretti) passa boa parte do dia cuidando da mãe no hospital. Entre memórias de ausência de convivência com sua mãe, Margherita lamenta não poder ter passado mais tempo e ter compreendido melhor a sua mãe. Esse lamento em forma de cinema realizado por Moretti lembra bastante o seu premiado filme "O quarto do filho", onde através de um roteiro que lida com a união familiar para poder lidar com uma tragédia, ele expõe o seu olhar humano e melodramático sobre as relações entre pessoas que mal se comunicam. É um bom filme, mas que nunca surpreende. O melhor trecho do filme, alias, nem tem a ver com a história da mãe, e sim, com os revezes do Ator estrela, brilhantemente interpretado por John Turturro. Essa parte do filme lembra bastante o set conturbado de "Noite americana", de Truffaut, onde tudo acaba virando um problema para o Diretor. Bela atuação das atrizes Margherita Buy e Giulia Lazzarini, contidas, sem ir para o caminho fácil do dramalhão. Quanto a Nani Moretti, me incomoda a super exposição que ele faz dele mesmo em seus filmes: ele dirige, atua, produz, escreve. que no próximo filme ele tenha a decência de convidar um ator para fazer o seu papel. Nota: 7

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