sábado, 22 de agosto de 2015

Numa escola de Havana

"Conducta", de Ernesto Daranas (2014) Há duas maneiras de se assistir a "Numa escola de Havana": A primeira, uma "versão" cubana da novela mexicana de grande sucesso, "Carrossel", acrescido, além dos pequenos dramas de cada aluno, de uma temática que fala sobre o antigo e o novo, do antes e durante a Revolução. Troquemos a professora Helena pela Professora Carmela: humanista, compreensiva, sempre vendo os fatos pelo ponto de vista dos alunos, e não dos adultos. A outra forma de se assistir é pensando que o filme, no final das contas, faz um grande tratado sobre o amor. Mas o que é o Amor? O amor da professora pelos alunos e vice-versa. O amor do menino pela colega da turma. O Amor do menino pelo seu cão que participa de rinhas. O Amor da menina pelo seu pai, e vice-versa. O amor do pai biológico pelas rinhas de cachorros. O amor da mãe pelas drogas e álcool. E resumindo tudo, a tentativa de um povo sofrido de continuar amando a sua Pátria. Apesar de todas as dificuldades bucocráticas, regras draconianas datadas dirante a Revolução e nunca revistas. Carmela ( Alina Rodriguez, a cara da Laura Cardoso mais jovem) é uma professora que leciona a mais de 50 anos na escola, ou seja, ela veio de um período pré-revolução. Entre os seus alunos, destacamos duas histórias: Chala (Armando Valdes Freire), um menino de 11 anos, de mãe solteira, viciada em drogas e álcool. Para sustentar a casa, ele vende pombos e cuida de cães que lutam em rinhas. Chala é apaixonado por Yeni (Amaly Junco), uma menina cujo pai é foragido de uma província e que veio morar nacidade para ter melhores condições de vida. Porém, essa migração só é permitida quando o Governo autoriza. Os atores do filme são todos estupendos, obviamente destacando Alina, como a dura e sensível Carmela, e o ótimo casal de crianças. Como é bom assistir a um filme onde as crianças agem como tal, sem overacting ou tentativa de querer ser adultos! O que pesou contra para mim é a duração do filme, 108 minutos, mas que me pareceu bem mais longo, e o excesso de pequenas tragédias que vão se sucedendo, tornando tudo meio forçado lá pelo desfecho. Mas é um filme que merece total atenção, seja pela difivuldade de chegar um filme cubano no circuito, seja pela curiosidade de ver como a cidade sobrevive a duras penas, nesse retrato totalmente desolador da Ilha de Fidel. Nota: 7

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