terça-feira, 18 de agosto de 2015

Pequeno garoto

"Little boy", de Alejandro Monteverde (2015) Dirigido e escrito pelo jovem cineasta mexicano Alejandro Monteverde, essa produção americana evoca em todos os sentidos um desejo de ser "Amelie Poulain". Tanto no uso da fábula como recurso narrativo, quanto nas cores hiperrealistas de Andrew Cadelago, animador da Pixar ( responsável por "Wall.e", "Up". "Toy Story 3"entre outros) , que evoca o francês Bruno Debonnel. Mas o que mais remete ao personagem de Amelie Poulain é a extrema alegria e encantamento sobre tudo o que acontece em seu redor representado pelo menino Peper ( o ótimo Jakob Salvati), uma criança de 8 anos que sofre bylling dos garotos da cidadezinha pelo fato dele não crescer. Daí o título do filme "Little boy", também apelido dado à bomba atômica que explodiu em Hiroshima. O filme se passa na 2a Guerra Mundial na pequena cidade de Ohaire. Pepper mora com seu pai, seu único amigo James (Michael Rapaport), casado com Emma ( Emily Watson) e pai do também adolescente David. David é recusado pelas forças armadas por causa de seus pés chatos e o pai é obrigado a ir como representante da familia. Pepper sente-se deprimido pela ausência do pai, e acaba sendo coagido pelo irmão a odiar um japonês que mora na região, Hashimoto. O padre local, Oliver ( Tom Wilkinson)tenta fazer Pepper entender que somente com a fé conseguiremos algo na vida, a mesma mensagem que o pai de Pepper lhe deu. O menino passa então a fantasiar situações, desejando assim que o seu pai esteja bem e retorne logo ao lar. Como se vê, um filme enorme com muitos personagens. Mas graças aos efeitos e ao tom lúdico do filme, ele consegue conquistar o espectador. Assim como em "Labirinto do fauno", o menino fantasia situações que podem interferir na sua vida e de sua família. Além da parte técnica do filme, que é excelente ( efeitos, direção de arte,fotografia, figurino e maquiagem), o filme se prevalece de um excelente elenco, composto por uma turma da pesada. Mas o filme é do pequeno Jacob Salvati. O personagem pode ser enjoativo de tão fofo que é, mas o menino dá conta do recado. Ele é muito simpático, mas pode ser que espectadores que tenham pavor de crianças talentosas tenham verdadeiro asco dele. Acho curioso que um cineasta mexicano tenha se atido a narrar uma história essencialmente de patriotismo americano. O excesso de melodrama e novelão do filme muitas vezes leva o filme para um caminho perigoso, mas para quem curte um drama de tintas carregadas e de belo visual pode se deixar levar pelo clima nostálgico da produção. Nota: 7

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