terça-feira, 4 de agosto de 2015

Sebastiane

"Sebastiane", de Derek Jarman e Paul Humfress (1976) Morto aos 30 anos de idade, no ano de 286 DC, sebastião foi posteriormente considerado Santo e se tornou São Sebastião, um ícone religioso tão forte que veio a se tornar Padoeiro da Cidade do Rio de Janeiro. Soldado cristão romano, Sebastião caiu em desgraça com o Imperador Dioclesiano e foi transferido para uma base militar distante, comandada por Severus. Por tratar os presos cristãos de forma branda, Sebastião foi considerado traidor e acabou sendo morto a flechadas. Reza a lenda que ele não morreu pelas flechadas e que foi jogado no rio ainda com vida. Encontrado, ele foi espancado até a morte e seu corpo jogado no esgoto de Roma. O filme de Derek Jarman, a sua estréia no cinema, é considerado um marco no Cinema gay. O filme se atém ao amor que Severus teve por Sebastião, que se recusava a amá-lo. Por conta disso, Severus o punia com chicotadas e outras torturas, até ser morto pela guarda de Dioclesiano. O filme é repleto de cenas de nudez masculina ( os soldados andam praticamente nus) e muiuto homoerotismo. Jarman criou aqui um verdadeiro compêndio de como filmar cenas de erotismo masculino: câmera lenta, closes no corpo embalsamado por óleo, olhares de tesão e outros fetiches. O filme, ousado até mesmo para os padrões de hoje, é todo falado em latin. Os atores são todos amadores e péssimos, mas a intenção de Jarman é colocar "modelos" no lugar de atores para seduzir a sua platéia. O ritmo é extremamente arrastado e a preocupação coma estilização do filme acaba sufocando a dramaturgia, quase inexistente. A trilha sonora, etérea, ficou a cargo de Brian Eno. Um filme cult até a medula, repleto de citações pop ( um dos atores até masca chiclete em cena). Absolutamente não é uma versão de São Sebastião para religiosos. Nota: 6

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