domingo, 6 de setembro de 2015

A dupla vida de Veronique

"La double vie de Véronique", de Krzysztof Kieslowski (1991) Vencedor do Prêmio de Melhor atriz para Irene Jacob em Cannes no ano de 1992, esse filme do polonês Krzysztof Kieslowski, realizado antes de sua famosa trilogia das cores, expressa o intraduzível: o que faz com que duas mulheres que não se conhecem, e que moram em países diferentes, se sintam conectadas de alguma forma? Weronika ( Irene Jacob) é cantora lírica, e mora em Cracóvia, Polônia, país que está abandonando o regime comunista e se adaptando aos novos tempos. Durante uma manifestação em praça pública, ela avista Veronique (Irene Jacob), uma professora de música que está ali de férias. Ela não dá muita bola, e no dia de sua apresentação em um concerto, ela se sente mal do coração e morre. Imediatamente, somos reportados para Paris, e seguimos com a vida de Veronique, professora de música e também sofrendo do coração. Veronique, sem saber o porquê, se sente sozinha no mundo. A partir desse momento, ela quer mudar a trajetória de sua vida. Filme com extremo requinte de fotografia, a cargo de Slawomir Idziak, que filma tudo através de texturas, vidros, espelhos, etc, sempre reforçando o mistério e conceito do duplo no filme. A trilha sonora, extraordinária de Zbigniew Preisner, provoca uma intensa sensação de melancolia e tristeza. De ritmo lento, mas contemplativo e poético, o filme suscita mais dúvidas do que respostas: o que de fato, o filme quer falar? acaso, coincidência, metafísica? Todas as opções são válidas. No final, estamos certos de termos presenciado uma obra-prima do cinema. Das mais lindas já vistas na tela. Nota: 9

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