terça-feira, 1 de setembro de 2015

O jardim dos Finzi Contini

"Il giardino dei Finzi Contini", de Vittorio de Sica (1970) Obra-prima de de Sica, baseada em novela de Giorgio Bassani e vencedor de vários Prêmios Internacionais, entre eles, o Oscar de filme estrangeiro em 72 e o Urso de Ouro em Berlin. O filme é um dos mais melancólicos registros sobre a derrocada de uma família judia durante a 2a guerra mundial. Ambientada em 1938, na região de Ferrara, Itália, o filme mostra o cotidiano aristocrático e burguês da Família judia Finzi Contini. A enorme mansão é cercada por muros que mais parecem fortaleza, e um jardim enorme onde os amigos dos filhos do casal costumam vier jogar tênis, uma vez que na época, os judeus foram proibidos de frequentar o clube. Os judeus abastados ainda não tinham i'deia do terror que viria nos anos seguintes. Em 38, o fascismo ainda estava crescendo e a Itália anda não havia aderido à Guerra. Nesse contexto, os judeus viviam como se nada estivesse acontecendo, tentando levar uma vida normal. Mas aos poucos, eles sentem que as cosias estão mudando. Micol ( Dominique Sanda, que no mesmo ano havia trabalhado em "O conformista", de Bertolucci') e Alberto )Helmut Berger) são os filhos do casal Finzi Contini. Lindos e cultos, eles estão sempre acompanhados dos amigos Georgio e Malnate, ambos apaixonados por Micol. No entanto, ela refuta o amor de todos. O filme, visto hoje em dia, tecnicamente está bastante datado, pois de Sica exagera no uso da lente zoom e isso incomoda bastante. Atores amadores destoam bastante dos profissionais. No entanto, o roteiro é tão poderoso e contundente, que a gente esquece as falhas e entra totalmente na história. As belas locações de Ferrara, a trilha sonora de Manuel de Sica são elementos que também embalam o espectador. Cenas antológicas, como a da ceia de Páscoa, em clima de tensão, prova a maestria de de Cisa ao conduzir uma narrativa. Outra cena formidável é a partida de tênis no final. ME remeteu a "Blow up", de Antonioni. Nota: 8

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