sexta-feira, 16 de outubro de 2015

A assassina

"Nie yin niang / The assassin", de Hou Hsiao Hsien (2015) Vencedor do Prêmio de Melhor Diretor em Cannes 2015, "A assassina"gerou grande curiosidade entre os cinéfilos quando foi anunciada a sua produção. Isso porquê o Diretor Hou Hsiao Hsien é mais conhecido pelos seus filmes introspectivos, muito em função da reverência que ele faz ao cinema de Ozu. "Café Lumiere", "O balão vermelho" são exemplos desse cinema lúdico e extremamente minimalista. Em "A assassina", pela primeira vez Hsien trabalha com o gênero das artes marciais. Mas engana-se que ele tenha feito um "Tigre e o dragão", ou "O clã das adagas assassinas". O seu foco não é a ação, apesar de er umas belas cenas de combate. O que interessa é o drama, o conflito interno da personagem de Yinniang ( Qi Shu, que já trabalhou com Hsien em "Tr6es tempos" e com Jackie Chan e na franquia "Carga explosiva). No Séc 9, durante a Dinastia Tan, Yinniang é enviada, aos 10 anos de idade, para as mãos da freira Jiaxin, que a treina para ser uma assassina. Durante uma missão, Yonniang falha: vendo a sua vitima abraçada ao filho pequeno, ela desiste de matá-lo. {Por conta dessa fraqueza humana, Jiaxin a envia até Weibo, cidade onde Yinniang nasceu, com a incumbência de matar o seu primo, que outrora haviam se apaixonados e impedidos de se amar pelos pais de Yinniang. Agora, ela precisa decidir se cumpre a sua missão, ou se deixa mais uma vez o seu coração comandar as suas ações. Hou Hsiao Hsien realiza aqui um filme belíssimo, com fotografia exuberante de Pin Bing Lee (um dos fotógrafos de "Amor à for da pele", de Wong Kar Wai), Direção de arte, figurino e trilha sonora exuberantes. O seu filme tem um ritmo extremamente lento, e recomenda-se que quem for assistir ao filme, lembre-se que é o mesmo Cineasta de "Café Lumiere". No entanto, as suas cenas de ação são dinâmicas, mas nem dá para comparar com as coreografias malabarísticas dos filmes de Zhang Yimou. Muitos planos longos, fixos e com panorâmicas, uma marca até do cinema de Mizogushi em "O intendente Sancho" e "Ohayo". Planos gerais e muito raramente, fecha-se em closes. É um cinema de observação, que obriga o espectador a olhar para tudo o que está no quadro. Em Cannes o filme foi ovacionado e considerado por muitos críticos, o melhor do Festival. Eu adoraria ter gostado mais do filme, mas o ritmo e a quantidade de personagens e sub-plots me cansaram um pouco. Mas vale ser visto pela sua imponente imagem cinematográfica. Nota: 7

Nenhum comentário:

Postar um comentário