sábado, 10 de outubro de 2015

Campo Grande

"Campo Grande, de Sandra Kogut (2015) Após o seu premiado "Mutum", que ganhou Melhor filme no Festival do Rio de 2007, a cineasta e roteirista Sandra Kogut volta novamente ao tema da relação conturbada entre pais e filhos. Em "Campo grande", uma mulher abandona os 2 filhos pequenos no prédio da ex-patroa em Ipanema. Sem saber o que fazer com elas, Regina ( Carla Ribas), que já tem uma relação conflituosa com sua filha adolescente ( Julia Bernat) se desespera, pois ela já não tem afeição por ninguém mais em sua vida, muito menos 2 crianças. Entre tentativas de localizar a mãe e deixá-las em um orfanato popular, Regina vai se transformando. Rodado na cidade do rio de Janeiro tomado 100 por cento por obras, Sandra Kogut aproveitou esse cenário caótico para falar sobre mudanças. Regina, destemida e insegura, é uma mistura de Gloria, a personagem épica de Gena Rowlands em "Gloria", de John Cassavettes, e Isadora ( Fernanda Montenegro), em "Central do Brasil". Todas duronas, insensíveis e no final, sucumbem ao humanismo das crianças. De ritmo lento, e olhar documental que Sandra kogut trabalha, o filme vai na linha do naturalismo. Carla Ribas e todo o elenco foram preparados por Fatima Toledo e é visível a construção de personagens ali. Um bom drama, que caminha lentamente, sem pressa, trazendo uma mensagem de libertação, mesmo que em momentos de caos e crise.

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