sábado, 31 de outubro de 2015

Dheepan

"Dheepan", de Jacques Audiard (2015) Vencedor da Palma de Ouro em Cannes 2015, o filme me lembrou bastante a estrutura narrativa de "Barton Fink", dos irmãos Coen, que aliás, foram os presidentes da edição do Festival que premiou o filme. O filme começa como drama de personagens, e súbito, se transforma em algo absolutamente surpreendente. Os últimos 15 minutos são simplesmente uma obra-prima isolada, tal a força da Direção de Audiard, que contrói a cena de forma poderosa e tensa. Confesso que levei uns sustos. Dheepan , um soldado do Sri Lanka, resolve abandonar o exército e foge do seu País junto de uma mulher, Yalini, que ele acaba de conhecer, e de uma menina, Illayaal, de 9 anos, que se faz passar por filha deles para que juntos, possam fugir para a França. Chegando lá, os 3 desconhecidos tentam sobreviver como podem, até que Dheepan consegue uma vaga como zelador em um condomínio barra pesada da periferia. O local, infestado de marginais, se torna um prato cheio para que os 3 imigrantes entendam o sentido das palavras amor e convivência. Ameaçados, a violência parece ser a única solução. Muito bem dirigido e interpretado, "Dheppan" impressiona pelo roteiro, que subverte expectativas. O elenco, liderado por Jesuthasan Antonythasan e Kalieaswari Srinivasan, conferem realismo e dignidade à obra, pela presença minimalista e tensa de seus personagens. O filme vai seguindo lento, mas é bom prestar bastante atenção em pequenos detalhes, que irão se desenvolver ao longo do filme. Belos momentos melancólicos e poéticos em câmera lenta, retratando a tragédia desses imigrantes. Nota: 9

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