sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Dora ou a neurose sexual dos nossos pais

"Dora oder Die Sexuellen Neurosen Unserer Eltern", de Stina Werenfels (2015) Exibido na Mostra Panorama em Berlin 2015, esse drama suíço traz um tema polêmico: a sexualidade de uma jovem portadora da síndrome de down. O filme canadense "Gabrielle" já trouxe esse tema, mas de uma forma diferente: ali, um casal de portadores de síndrome de down lutavam pelo direito de fazer sexo e se amarem. Aqui, apenas Dora está nessa condição. Ao completar 18 anos, sua mãe resolve não lhe dar mais remédios sedativos. A consequência dessa ação é que Dora desperta para a sua sexualidade. Presencia os pais fazendo sexo, se masturba e para culminar, seduz um homem em um banheiro público até que ele a estupra. Dora engravida, e sua mãe, num misto de pavor e de ciúmes ( pois o bebê de Dora é considerado saudável), pede para que ela aborte. Com um tema tão controverso desses, a cineasta Stina Werenfels procura administrar esse barril de pólvora prestes a explodir. Para isso, ela inclui cenas de sexo quase explícitas, nudez, perversão e lá pelo terço final, carregando no melodrama mais pesado. A fotografia de Lukas Strebel, abusando de foco e lentes especiais ( Follow focus), para dar um ponto de vista abstrato de Dora, é muito bonita. Mas a grande força do filme resid eno elenco. Victoria Schulz se entrega de corpo e alma para a difícil personagem Dora, está magnífica. Lars Eidinges, no papel de Peter, o homem que seduz e estupra Dora e depois se torna amante dela, também está excelente nesse papel igualmente complexo. Um filme duro, cruel, e pouco recomendado para pessoas sensiveis. Nota: 7

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