quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Espírito de lobo

"Wolf totem", de Jean Jacques Annaud (2015) Esse filme ficou mais famoso pelas histórias dos bastidores do que pela produção em si. O governo chinês convidou vários cineastas chineses para adaptar o livro "O último lobo", que é sem-autobiográfico, para o Cinema, mas nenhum topou. Daí partiu para cineastas estrangeiros, até chegar a Jean Jacques Annaud, que havia sido banido pela China depois de ter realizado o filme "Sete anos no Tibet", em 97. Logo Annaud saiu da lista negra e pôde fazer a sua versão da história. Annaud é famoso por filmar em situações de risco, com animais em ambientes inóspitos, vide "O urso", "A guerra do fogo" e o próprio "Sete anos no Tibet". O filme foi escolhido pela China para representá-lo no Oscar, mas não foi aceito, por conta da cota excessiva de estrangeiros na produção. O filme narra a história de Chen Zen, jovem estudante na China da Revolução cultural de 1968. Ele e um amigo são enviados para os estepes da Mongólia com a missão de alfabetizar os camponeses que cuidam de ovelhas. Chegando lá, Chen Zeng se assusta com o constante ataque dos lobos na região. Enquanto os camponeses matam os lobos, Chen Zen resolve adotar um filhote, contra a vontade de todos, para poder estudar o eu comportamento e ver de que forma ele pode ajudar o ecossistema a viver em harmonia. Belamente fotografado e com trilha épica de James Horner, o filme é muito bonito, mas tem 2 questões: é longo demais, e emocionalmente não envolve. Como os antigos filmes que falam da relação homem/natureza, "Espírito do lobo" falha ao não fazer o espectador se apegar ao Lobinho, filhote de lobo. As cenas são poucas, e insuficientes para provocar qualquer tipo de compaixão. Aliás, são tantas as cenas de massacre provocados pelos lobos contra as ovelhas, que fica difícil se afeiçoar a eles. Por mais que entendamos que é a natureza, o instinto animal pela sobrevivência. O elenco é competente, e fico imaginando a dificuldade de se produzir um filme desses. Muitos efeitos especiais para resolver vários dos problemas em relação ao ataque dos lobos, o que torna o filme um tato artificial. Annaud sabe filmar bonito e bem. Mas dessa vez faltou o coração. Nota: 6

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