sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Taxi Teerã

"Taxi Teerã", de Jafar Panahi (2015) Uma obra-prima, um filme obrigatório para Cinéfilos, estudantes de Cinema e para atores. Jafar Panahi mistura ficção e documentário em uma narrativa absolutamente original, que lembra muito "Jogo de cena", de Eduardo Coutinho. Panahi tem pleno domínio sob a narrativa cinematográfica, e brinca com todas as possibilidades de linguagem. Proibido pelo Governo de filmar por conta de suas críticas ao regime dos Aiatolás, Panahi já filmou secretamente 3 longas. Em "TAxi Teerã", ele ganhou Melhor filme em Berlin 2015. O próprio cineasta faz o papel de um taxista, e usa o táxi como metáfora do que acontece atualmente no Irã. Abbas Kiarostami já havia feito isso de certa forma em "Gosto de cereja': percorrendo as ruas de Teerã, misturando atores e não atores que dão depoimento para o motorista sobre vários assuntos. Fala-se sobre violência, feminismo, machismo, pena de morte, liberdade de expressao ( tema caro ao cineasta) e principalmente, amor ao cinema. Através dos personagens do vendedor de dvd piratas e de estudantes de cinema, acompanhamos como pessoas apaixonadas pela 7a arte podem exercer a sua liberdade e o seu amor aos filmes vivendo em um regime autoritário. em determinado momento, o vendedor de filmes pirata diz a Panahi: "Se não sou eu para vender esses filmes proibidos, Wolldy Allen já teria acabado e você nunca mais veria os filmes dele". Um outro estudante pergunta a Panahi como sair da crise criativa e poder ter ideías para um curta. Panahi diz: "saia de sua casa, e tenha idéias na rua". exatamente como Panahi faz: saiu de sua prisão domiciliar e fez sua nova obra-prima. Um filme que faz pensar sobre todos os aspectos, inclusive, tecnológicos e orçamentários ( ele filmou com celular, câmera fotográfica e pequenas câmeras baratas). Nota: 10

Um comentário:

  1. Gostei muito também, é o típico filme sobre ter uma ideia, uma câmera na mão e nenhum dinheiro de investimento. Gostei também dos longos planos da Cidade de Teerã do ponto de vista interno do táxi.

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