terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A grande aposta

"The big short", de Adam Mckay (2015) Adam Mackay é um cineasta que tem em seu currículo divertidas comédias, como "O âncora", "Quase irmãos"e "os outros caras". O que une esses filmes é a presença de Will Ferrel como protagonista. Adaptando o livro de Michael Lewis de mesmo nome, "The big short", Mckay substitui seu alter-ego Willian Ferrel por um time de primeira grandeza dos maiores astros de Hollywood. "A grande aposta" é um filme de machos, mas que ao invés de um ringue de boxe, temos uma luta pela sobrevivência financeira. Christian Bale, Ryan Gosling, Steve Carrel e Brad Pitt puxam o coro junto de um time de atores desconhecidos mas igualmente brilhantes. As personagens femininas , pequenas, são defendidas com unhas e dentes pelas excelentes Melissa Leo e Marisa Tomei. Adam Mckay fez um feito que somente grandes diretores conseguem: transformar um tema tão árido para leigos, no caso o sistema financeiro e a grande crise dos bancos e do crédito imobiliário ocorrido em 2008 nos Estados Unidos, em filme para um grande público. Mas atenção: um público que se permita entender, entre uma golada de Coca-Cola e mordidas na pipoca, a abrir sua mente para um vocabulário de "economês" que dificilmente seria entendido fora do âmbito cinematográfico. Se eu tivesse que ler alguma matéria sobre o assunto, eu abandonaria no primeiro parágrafo ou dormiria sonelemente no sofá. Para facilitar esse entendimento, Mckay foi pródigo e inteligente de convidar celebridades como a cantora pop Selena Gomez para "explicar" ao público os termos técnicos. Claro que tudo é uma grande brincadeira, afinal ninguém duvida que a Selena não tenha a minima idéia do que esteja falando. Mas esse é o grande barato do filme: fazer o espectador acreditar que todo o elenco é craque no assunto e que falem com muita propriedade um assunto relegado a economistas e banqueiros. O filme brinca toda a hora com a metalinguagem, com a quebra da quarta parede de personagens falarem direto ao espectador ( Mckay parece querer brincar com "O lobo de wall Street', de Scorsese, que usa desse recurso). Dinâmico, o filme transcorre durante o período de 2004 a 2010: fazendo um apanhado cultural que percorre essa período ( músicas, tecnologia, etc) acompanhamos a história de vários personagens que trabalham com investimento financeiro e que, já desde 2004, previam um grande colapso financeiro no futuro, provocado pelo boom imobiliário e pela facilidade com que as pessoas faziam empréstimos para comprar imóveis. Tecnicamente impecável, o filme pode não agradar a uma parcela do público, mas com certeza a sua ousadia narrativa merece crédito. Falar das performances do elenco é chover no molhado: que Atores, caramba!

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