domingo, 20 de dezembro de 2015

Carol

"Carol", de Todd Haynes (2015) Pense na melhor novela que você já assistiu na vida: aquela com uma trama cheia de paixões proibidas, intrigas, traições. Ambientado em locações maravilhosas, fotografia esplendorosa, trilha sonora emocionante. E claro, interpretado por 2 das atrizes mais extraordinárias que existem na face da terra. Pense naquela Direção sofisticada, inteligente, respeitosa, que sabe dosar como ninguém o melodrama sem ficar meloso. Poderíamos estar falando de Douglas Sirk, o Rei do melodrama americano dos anos 50, de quem Todd Haynes é grande admirador. Poderíamos estar falando de "Longe do paraíso", um filme de Todd Haynes com Juliane Moore que pode ser visto como uma parte de uma trilogia sobre o amor proibido ambientado em uma época regida a convenções sociais e muito escândalo moral ( Longe do paraíso, Mildred Pierce e Carol). "Carol" é daqueles filmes onde o espectador torce muito pelos personagens, como toda boa novela. é filme de primeiríssima qualidade, premiado mundo afora, e entre os prêmios, Melhor Atriz em Cannes para Rooney Mara ( não entendo como esse prêmio não foi dividido com Cate Blanchett, esplêndida). Pode-se comparar esse filme com "Brokeback mountain": uma versão feminina sobre uma jovem que descobre o amor por alguém do mesmo sexo e entra em um conflito interno terrível até que resolve assumir o romance. Mas a sociedade é cruel e irá punir essa relação. O filme é baseado em romance de Patricia Highsmith, uma das autoras preferidas de Alfred Hitchcock. de quem ele adaptou "Pacto sinistro". Carol ( Cate Blanchett) é uma mulher prestes a se divorciar. Ela tem uma filha pequena e o marido quer a custódia dela. Durante uma compra em uma loja de departamentos, ela conhece Theresa ( Rooney Mara), uma vendedora apaixonada por fotografia. Rola uma quimica no olhar. Carol esquece suas luvas e Theresa envia por correio. PAra agradecer, Carol a convida para vir para sua casa. A partir daí, cresce a amizade entre as duas mulheres, que vão culminar em um amor poderoso, mas proibido. Todd Haynes sabe filmar com tanta elegância que fico estupefato com as marcações de cena, com os enquadramentos, e o uso da fotografia para emanar sentimentos. Curioso seria comparar também esse filme com "Azul é a cor mais quente"; enquanto ali o tesão e a paixão evolui de forma quente e explosiva, aqui tudo é muito interiorizado, minimalista. Dois filmes brilhantes, dois olhares distintos sobre o mesmo tema. Um clássico. Nota: 10

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