segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Que Viva Eisenstein! - 10 Dias que Abalaram o México

"Eisenstein in Guanajuato", de Peter Greenaway (2015) Ousada cinebiografia do cineasta russo Sergei Eisenstein durante a sua estada em Guanajuato, México, para filmar o seu longa "Que viva Mexico!", em 1931. O sempre polêmico cineasta inglês, que tanto fez a minha cabeça cinéfila com clássicos como "O cozinheiro, o ladrão, sua mulher e seu amante", "Zoo", Afogando em números" e "O bebê santo de Macon", parece que continua filmando como se ainda estivesse nos anos 90. Nada nele se renovou. Greenaway está ali, com toda a sua linguagem usada ad nauseum em todos os seus filmes: longos travellings laterais, planos simétricos, nudez masculina, obsessão por enumeração, e claro, temas como sexo e morte emoldurando cada fotograma. Com tudo isso, fiquei com uma sensação de deja vu gigantesca. Era como se eu imaginasse cada passo que viria a seguir. Pior do que isso: a visão chanchadesca que Greenaway dá a esse episódio na vida de Eisenstein. Pelo ponto de vista do filme, me parece muito difícil que essa figura louca, sem limites, extravagante, bizarro e clownesca seja o autor de obras primas do cinema como "O encouraçado Potenkin". O cineasta foi convidado por um grupo de intelectuais americanos favoráveis aos ideais comunistas para filmar no México, uma vez que ele foi banido de Hollywood. Chegando lá, Eisenstein descobre a sua porção homossexual, mantendo relações sexuais com o seu guia mexicano, Palomino. Pelos dados do filme, ele filmou 402 kilometros de negativo, estourando orçamento, até ser praticamente expulso do México, por falta de investimentos. Greenaway usa uma linguagem visual cansativa e muito fora de moda, como dividir a tela em 3, colocar fotos das personalidades a medida que elas vão sendo citadas, etc. Fora isso, ele abusa de travellings circulares extremamente enjoativos. Infelizmente, tenho que dizer que fiquei no meio do caminho desse filme. Saí frustrado. esperava uma grande homenagem ao cineasta e mais, que Greenaway aproveitasse e apontasse a sua câmera para as filmagens do longa que ele fez no Mexico. Mas não, 80% do filme é sobre a relação entre Eisenstein e Palomino. Uma obsessão totalmente filmada sem tesão. A fotografia também não me agradou, parece que usaram uma câmera não profissional, tem momentos, que parece vídeo. Nota: 5

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