sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Body

"Cialo", de Malgorzata Szumowska (2015) E o filme espirita ganha status de filme de arte. Vencedor do Urso de prata de Melhor direção em Berlin 2015, "Body" é dirigido pela polonesa Malgorzata Szumowska., que realizou, entre outros , "Elles", com Juliette Binoche como uma jornalista da revista Elle fazendo matéria com duas jovens prostitutas, e "In the name of..", sobre um padre que alimenta desejos sexuais por um rapaz. Em quase todos os filmes, o que vemos é o tema do desejo como elemento chave nas histórias de seus personagens. Em "Body", temos o oposto: o anti-desejo, a falta de. Olga é anoréxica e não quer comer. Ela tem uma péssima relação com o seu pai, perito policial, e ambos sofrem pela morte da esposa/mãe. Anna é uma terapeuta, deprimida pela perda do seu filho, e cuida na clínica psiquiátrica de pacientes com bulimia, entre elas, Olga. Mas Anna tem um dom: o de ver mortos, desde que seu filho faleceu. Olga e Anna se conectam, e o cético perito impede que sua filha torne a fazer terapias com Anna. A curiosidade do filme é a menção a Chico Xavier e de que aqui no Brasil existem milhões de espíritas. O filme, no entanto, tem uma narrativa extremamente fria. Ele é vendido como uma comédia dramática, mas sinceramente não encontrei nenhum elemento de humor. Talvez um ou outro momento que possa aparentar um certo olhar patético sobre a vida, mas é tudo tão cru e sem vida que fica difícil rir. As histórias se desenrolam em pequenos sketches, cenas soltas, cenas de terapia ( a melhor parte), mas a total falta de empata e carisma dos personagens me afastou do filme. O melhor do filme para mim é a estética, os planos fixos, bem compostos elegantemente.

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