sábado, 6 de fevereiro de 2016

Violento e profano

"Nil by mouth", de Gary Oldman (1997) "Violento e profano" é um filme obrigatório, uma mistura de "Transpotting" e "Zona de conflito", esse também dirigido por um ator, Tim Roth. Os 3 filmes estão entre os melhores filmes ingleses dos anos 90, e falam sobre viciados em drogas e violência doméstica. Gary Oldman, ator mundialmente conhecido por tantas performances antológicas ( "Sid and Nancy", "Batman"), dedicou esse filme ao seu pai. Sabe-se que Oldman teve uma infância difícil, e cresceu na periferia de Londres. Seu pai era violento, e ele procura mostrar no filme toda a memória emotiva que ele guardou dentro de si. Raymond ( Ray Winstone) é um trabalhador alcóolatra. Ele mora com sua esposa grávida, Valerie ( Kathy Burke, melhor atriz em Cannes 2008) e uma filha pequena. Seu cunhado, Billy, é um viciado em drogas e vive roubando coisas para alimentar o seu vício. A mãe de Valerie e Billy, Janet ( Laila Morse, irmã de Gary Oldman) é uma operária e precisa lidar com a violência vivida pelos seus filhos. Raymond é ciumento,e constantemente espanca sua esposa. Valerie decide sair de casa, mas Raymond vai atrás dela. A performance dos 4 atores principais é digna de nota e obrigatório para todos os atores assistirem. Nunca foi fácil interpretar bêbado, mas Ray Winstone faz com uma verdade impressionante. Kathy Burke comove com o seu silêncio doloroso, e suas cenas são fenomenais. A trilha sonora, de Eric Clapton, envolve o filme com muita melancolia, e a fotografia, em tons azulados, não dá nenhuma concessão a um momento de felicidade. Aliás, só lá pelo desfecho existe um momento de cor, em um pub karaokê. Só isso. A direção de Oldman é precisa, econômica, com a câmera sempre no lugar certo. Incrível como que, após realizar esse filme, ele não tenha dirigido mais nada. É um trabalho de profissional, ser Ator com certeza o ajudou na realização desse filme primoroso. Para os Atores, o filme é recheado de bons monólogos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário