sábado, 2 de abril de 2016

James White

"James White", de Josh Mond (2015) Um dos filmes mais tristes e dolorosos que vi recentemente, lembra bastante em conceito estético do húngaro "O filho de Saul". Isso porquê a câmera fica colada no rosto ou nas costas do protagonista, assim como no filme "O filho de Saul", e fica ali, o acompanhando para todos os lugares. É um mar de dor, de sufoco, de melancolia, de vida sem rumo. James é um jovem desempregado e sem perspectiva alguma de um futuro melhor que mora em Nova York. Seu pai, que abandonou a família e se casou de novo, acaba de morrer. Sua mãe, Gail (Cynthia Nixon), é uma professora aposentada por conta de um câncer terminal que a está dizimando. A condição de sua mãe torna James uma figura frágil, e a doença dela acaba sendo uma metáfora para a fragilidade física e mental dele. Carinhoso com sua mãe, e violento e brutal com o mundo externo, James não sabe como dar rumo à sua vida. Christopher Abbott, no papel de James, e Cynthia Nixon, de "Sex and the city", no papel de sua mãe, apresentam duas das performances mais poderosas que você já viu em uma relação de mãe e filho. Todo Ator deveria assistir a esse jogo de amor e ódio entre pessoas que se amam e que não podem conviver juntos. É soberbo. O filme venceu um prêmio em Sundance, o do "Next audience award", além de reconhecimento em vários outros Festivais Internacionais. O filme tem um relato semi-autobiográfico do Diretor e roteirista Josh Mond. O seu trabalho é cru, frio, poderoso. Josh Mond é dono de uma produtora independente, junto de eus amigos e sócios Antonio Campos ( Filho do jornalista Lucas Mendes) e Sean Durkin. Eles dirigem e produzem os filmes um dos outros. Antonio diriigu "Afterscholl"e "SImon killer", e Sean dirigiu "Martha Marcy May Marlene", todos os filmes aclamados em Festivais mundo afora. Um filme forte, denso, com pelo menos uma cena antológica: o do filho e mãe no banheiro, e ele narrando para ela um sonho formidável onde ela está sem câncer e feliz. Emocionante.

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