quarta-feira, 11 de maio de 2016

Baal

"Baal", de Volker Schlondorff (1973) Realizado em 1970, "Baal" na época do seu lançamento foi condenado pela viúva de Brecht, que abominou a versão e proibiu sua veiculação. Somente em 2011 o filme voltou a ser exibido. Assistir a esse filme e' uma benção, pois de uma só vez, e' possível avaliar e observar o trabalho de 3 ícones da cultura alemã: o autor Bertold Brecht, que escreveu "Baal" em 1918, aos 20 anos de idade; a direção de Volker Schlondorff, um dos Mestres do novo cinema alemão que surgiu no final dos anos 60 na Alemanha, e a atuação excepcional de Fassbinder, talvez o maior cineasta alemão de sua geração, aqui em raro momento como ator. Baal e' uma alegoria sobre uma Alemanha individualista e perversa. Ele é um poeta admirado por homens e mulheres, a quem ele seduz sexualmente para depois tortura-los psicologicamente. Abominando a sociedade burguesa, Baal vai construindo o seu caminho de violência e ódio, escárnio e provocação, até encontrar um fim trágico. Schlondorff trata o filme como teatro falado. Os atores atuam com empostação teatral dentro d rum espaço cênico cinematográfico. Camera na mão, planos longos e cenários realistas dão um tom cinzento e sem esperança para quem ali está presente. É' um filme complexo, e em sua perversidade, lembra bastante o autoritarismo de " Petra Von Kant", um dos filmes mais famosos dirigidos por Fassbinder. A curiosidade estética fica por conta da borda desfocada na imagem, antecipando o que depois viria a ser o " follow focus" usado por inúmeros cineastas atuais.

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