segunda-feira, 2 de maio de 2016

Corda bamba- história de uma menina equilibrista

"Corda bamba- História de uma menina equilibrista", de Eduardo Goldenstein (2012) Baseado em livro de Lygia Bojunga, "Corda bamba" é um belíssimo filme que une o imaginário e o real na vida de Maria, uma menina de 10 anos de idade, nascida e criada em um circo. Seus pais ( Gustavo Falcão e Georgiana Góes) são equlibristas, e ela herdou esse desejo de passar a vida sobre uma corda. Um dia, porém, a sua memória se apaga, e ela é levada pelos padrinhos Mulher Barbuda ( Claudio Mendes) e Foguinho ( Augusto Madeira) , dois artistas do circo, para ir morar com a sua avó ( Stela Freitas). Triste pela mudança brusca em sua vida, Maria se apega a um mundo lúdico, onde ela procura descobrir o que de fato aconteceu com os seus pais. Assistindo ao filme, é fato perceber que o Diretor Eduardo Goldenstein tem uma veia cinéfila. "O labirinto do fauno", "Alice no país das maravilhas" e "A bela e a fera" podem ter sido algumas inspirações dele. A fotografia de Guy Gonçalves e a direção de arte ( mais figurino e maquiagem) foram fundamentais para o resultado encantador do filme. Porém, fico pensando o quanto que esse filme poderá seduzir ou não o púbico infantil: ele é muito, muito triste, e durante toda a narrativa, ficamos com uma sensação de eterna melancolia, ressaltada pela trilha sonora primorosa, mas que nos deixa cabisbaixos. Curioso que os 4 melhores filmes infantis brasileiros para mim tenham em comum esse olhar nostálgico e triste sobre o mundo da criança: "A dança dos bonecos", de Helvécio Ratton, "O menino maluquinho", também de Ratton, "Uma professora maluquinha", de Andre Pinto e Cesar Rodrigues e agora esse "Corda bamba". Outro ponto forte do filme é a excelência do elenco: no papel principal, a filha do diretor, Bia Goldenstein, encantadora e graças a Deus, atuando como criança. Claudio Mendes está soberbo no difícil papel da Mulher barbuda, realmente cativante e emocionante. Silvia Aderne foi uma grata revelação para mim: ela faz uma senhora dentro de um sonho de Maria. Uma soberba performance. Eduardo Goldenstein estréia nesse longa, que infelizmente encontrou pouco público, com uma certeza de que são poucos os diretores brasileiros que conseguem captar com tanta sensibilidade um mundo infantil e lúdico. Obrigatório.

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