sexta-feira, 17 de junho de 2016

Amor em Sampa

"Amor em Sampa", de Carlos Alberto Riccelli e Kim Riccelli (2016) Não tenho começar a falar sobre esse filme sem citar a beleza estonteante da atriz/roteirista e produtora Bruna Lombardi no alto dos seus 63 anos de idade. É impressionante a sua beleza e vitalidade. "Amor em Sampa"é uma mistura de gêneros: Comédia, romance, drama e musical. Eu sou um apaixonado por musicais e louvo a ousadia de Ricelli e Bruna de inserirem números musicais com atores que não são cantores, cantando. Mas é a parte que menos curto no filme. O que me faz ficar apaixonado pelos musicais são principalmente as canções, que aqui, timidamente e ingenuimente surgem na tela. O filme já começa com um número musical durante um engarrafamento em São Paulo: motoristas cantam enquanto esperam o trânsito ceder, e exploram as mazelas e as maravilhas da Cidade. Esse número é o melhor do filme, e a partir daí, o filme deveria ter se atido ao drama realista dos personagens e esquecer as canções. O filme faz um painel de vários personagens que vão de todos os tipos possíveis e imagináveis, costurados pela narração de Riccelli, que interpreta um taxista. Ex-empresário que faliu com a crise econômica, ele interage com os passageiros. Uma vez apresentados, ada passageiro segue na sua história. Te entao o Diretor de teatro mulherengo, as atrizes que dormem com ele para conseguir papel, a empresária fodona, a trambiqueira, a empregada que revela ser uma cantora, os gays assumidos e não assumidos, a mulher que está com baixa auto-estima por ter retirado um seio devido ao câncer, um publicitário que tenta fazer com que seus chefes aceitem seu projeto,e por aí vai. Esse excesso de personagens e histórias acabam fazendo com que o filme se estique demais, tendo quase 2 horas, o que é mortal para ua comédia romântica. O resultado foi que o filme, lançado comercialmente, não chegou a 8 mil espectadores. E isso impressiona, levando em conta que o elenco é quase todo formado por globais: Rodrigo Lombardi, Eduardo Moskovis, Miá Mello, Leticia Colin, Marcelo Airoldi, Tiago Abravanel , Mariana Lima e muitos outros. Difícil prever como e quando um filme fará sucesso, e fico triste de verdade quando a resposta não chega. É um filme honesto, com belas imagens de São Paulo, que me fizeram ter uma vontade danada de passar uns dias lá e conhecer melhor essa cidade. Os excessos de duração, de personagens e da caricatura de alguns personagens ( como os gays) prejudicam o filme. A dupla Riccelli e Bruna foram responsáveis por uma bela comédia romântica, "O signo da cidade", e por conta disso, sabemos da qualidade que eles podem chegar. O curioso é que o filme oscila entre mensagens ingênuas e uma picardia que podem afastar um público mais família. E para finalizar, fica uma questão: A quem interessa um filme que declara o seu amor a uma cidade? Aos seus moradores, aos turistas? No caso de Woody Allen, ele acertou em cheio em "Manhattan" e na sua franquia européia. Mas lembremos que "Rio, eu te amo", foi um enorme fracasso.

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