sexta-feira, 2 de setembro de 2016

A bruta flor do querer

"A bruta flor do querer", de Dida Andrade e Andradina Azevedo (2013) Em 2013, um filme independente escrito e dirigido por 2 formandos da Faculdade de cinema da Faap foi o foco das atenções no Festival de Gramado. Em um ano aonde competiam os badalados "Eden", de Bruno Saffadi e "Tatuagem", de Hilton Lacerda, "A bruta flor do querer" venceu os Kikitos de Direção e fotografia. O filme é uma ode ao Amor. Amor à profissão. Amor a Mulher. Amor ao Cinema. Dida e Andradina, não satisfeitos em escrever e dirigir o filme, ainda protagonizam. Será que podíamos dizer que eles são vaidosos, narcisistas? Em determinado momento, eles fazem sexo com 2 garotas. Andradina fica totalmente nu. Dida surge de pênis ereto. Esse ato de ousadia e exposição poderia ser uma metáfora sobre a liberdade criativa, sobre a saída da zona de conforto de 2 ex-estudantes que só querem dizer ao mundo que sim, eles entendem da linguagem de cinema. Influências de Godard, Breasse, Sganzerla e tantos outros cineastas marginais dos anos 60 e 70. A trilha sonora acompanha essa época, como "Vapor barato", de Gal Costa, que toca a todo instante. Os meninos usam drogas, fazem sexo, e como todo jovem, se encontram perdidos no tempo e no espaço. O que o futuro reserva para essa geração? Diego ( Dida) é estudante de cinema e para se sustentar, trabalha com filmagem de casamentos. Ele tem uma paixão platônica por uma jovem que trabalha em um sebo, mas não sabe como se aproximar dela. É um filme descompromissado, livre, leve e solto. Dida e Andradina são duas figuras divertidas, que fazem o espectador esboçar sorrisos pelo patético da vida errante que levam. Aonde está o personagem e aonde está a pessoa real, somente os próprios poderão dizer.

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