quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A região selvagem

"La región selvaje", de Amat Escalante (2016) Uma das cenas mais bizarras do Cinema pertence a esse filme. Numa cena, vários casais de animais trepando. As risadas são inevitáveis, é a primeira suruba animalesca da história do cinema. Fora isso, o que vemos é um híbrido de "Possessão", polêmico filme com Isabelle Adjani, e "Sob a pele", com Scarlett Johanson, que também chocou metade dos cinéfilos. Mais não se pode falar, correndo o risco de citar spoilers que destruiriam o prazer de ir descobrindo o filme em suas loucuras narrativas. Na parte realista da história , acompanhamos Veronica, uma jovem que se acidenta em um evento e vai parar no hospital público. Lá, ela conhece Fabian, um enfermeiro gay. Ele é irmão de Ale, que é casada com Angel, que por sua vez, é homofóbico, porém mantém relações sexuais escondia com Fabian. No meio dessa confusão toda, temos uma trama paralela que fala sobre desejo e prazer de uma forma metafórica. Escalante, autor dos excelentes "Heli" e "Os bastardos", compões aqui um dos filmes mais corajosos da atual safra. Mantendo a tradição de sempre chocar o seu público, aqui ele não economiza nas cenas de sexo ( hetero e gay) e nas cenas de escatologia, através de um ser gerado por incríveis efeitos especiais , em se tratando de um filme de baixo orçamento. As reações ao filme geralmente são chocantes. No entanto, temos que louvar a coragem de todo o elenco principal, ao se expor em cenas tão contundentes e explícitas. A brilhante direção de Escalante saiu vitoriosa em Veneza 2016, com o prêmio da categoria.

Um comentário:

  1. A região selvagem fala principalmente sobre os sentimentos obscuros de cada um, oprimidos pelas tradições sociais na forma de casamento, trabalho, status social e pelo próprio desejo. A criatura extraterrena vem para quebrar essas tradições e dar àqueles que a procuram uma experiência libertadora, fora da mesmice de suas vidas. Mas tudo em excesso é como veneno e afeta tanto a criatura quanto seu frequentador. E de uma trip libertadora, torna-se fonte de horror e morte. Fiquei curiosa quanto ao casal que conduzia as sessões e se eles tiveram o contato com a coisa da mesma forma que aqueles a quem indicavam os encontros.
    As imagens são impactantes e tensas. Realmente precisamos de um filtro para levar até o fim sem pensar que o diretor queria apenas mostrar cenas de sexo gore.

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